20 mar, 2020 - 08:40 • Olímpia Mairos
O grupo têxtil Sonix, com sede em Barcelos, suspendeu parcialmente a produção habitual e começou a produzir máscaras e fardamento para entregar nos principais hospitais do Norte do país. A presidente do grupo conta à Renascença que os relatos que lhe têm chegado de vários médicos são “arrepiantes e angustiantes”.
“Os médicos que me têm ligado, até de madrugada, dão conta de que há profissionais de saúde - médicos e enfermeiros - a trabalhar com a mesma bata há três dias, porque não têm com que mudar”, relata Conceição Dias.
Perante este cenário, a empresária decidiu começar a produzir máscaras para os hospitais, algo que, até então, só era produzido para uso interno.
“Nas máscaras estamos a introduzir um antimicrobiano produzido numa empresa do grupo, já certificado há muito tempo, e a agilizar em conjunto com algumas autoridades de saúde a verificação do seu comportamento perante a Covid-19, através de um laboratório na Suíça”, explica Conceição Dias. A empresa ressalva que “as máscaras são para unidades hospitalares e não para venda ao público”.
“As alfandegas portuguesas procuram, no dia a dia,(...)
Além das máscaras, vai ser produzido fardamento para os profissionais de saúde. Uma das empresas do grupo, dedicada à nanotecnologia, também suspendeu as outras investigações e está dedicada a fabricar gel desinfetante.
Segundo a empresária, “ainda não é possível quantificar a produção média diária da Sonix”, que conta agora com a colaboração de outras empresas do setor, mas o objetivo “é conseguir o máximo possível”. E nesse sentido, o grupo “reforçou as máquinas e a matéria prima”.
“Felizmente tenho várias empresas do ramo, do nosso setor a ligarem-me, a oferecer os serviços. E a partir de segunda-feira já vamos ter mais artigo para confecionarem fora, porque temos que nos unir e minimizar o problema junto dos hospitais, principalmente dos centrais, o S. João, o Santo António e aqui o de Braga”, conta a presidente da Sonix.
Conceição Dias entende que “cuidar dos outros é uma obrigação que constantemente temos que ter, mas agora mais do que nunca, porque estamos perante uma calamidade”.
A presidente da Sonix diz que as empresas do grupo estão a trabalhar por turnos, como medida de prevenção, e assegura que “todos os funcionários trabalham de máscara, para prevenir isto tudo que está a acontecer”.
O grupo emprega mais de 600 trabalhadores em todo o país e a sua presidente indica que “todos estão empenhados e a lutar em todas as frentes para servir o país o mais rápido possível”.
Explicador
A Organização Mundial de Saúde considera que lavar(...)