21 mar, 2020 - 00:30 • Pedro Mesquita
É positivo que o primeiro-ministro tenha reconhecido, implicitamente, as razões de queixa da Confederação do Comércio (CCP). João Vieira Lopes considera positivo o incentivo do Governo à manutenção de postos de trabalho, fazendo depender de isso a concessão de linhas de crédito.
"Essa medida é positiva. Há de haver situações de exceção em que, devido às características do mercado, não seja fácil cumprir integralmente isso, mas é positivo que se incentivem as empresas a fazerem um esforço para garantir os postos de trabalho. O primeiro-ministro implicitamente reconheceu o que nós tínhamos afirmado. Não fazia qualquer sentido não haver apoios para vários outros setores, entre os quais o comércio", disse.
O presidente da CCP quer conhecer os detalhes das medidas do Governo. Ainda assim, acredita que será agora possível, à esmagadora maioria das empresas deste sector, manter os postos de trabalho.
"É uma questão que nós não podemos medir. Haverá sectores em que sim e sectores em que não mas, neste momento, não temos capacidade de medir isso. Penso que a esmagadora maioria, desde que os apoios sejam os adequados, poderá manter os postos de trabalho. Haverá sempre casos de empresas que, por razões de ordem diversa, não terão condições para manter a atividade, seja total ou parcialmente", reconhece.
O líder da Confederação do Comércio declara-se sobretudo preocupado pelos atrasos na negociação com a banca. Quanto ao mais, João Vieira Lopes reage com satisfação à estratégia desenhada pelo Governo.
"Aquilo que o Governo apresentou, em termos de adiamento de pagamentos, os princípios gerais parecem-nos positivos, mas carecem de um detalhe maior de análise. Já consideramos preocupante o atraso com que toda esta negociação da banca está a ser feito", referiu Vieira Lopes.