25 mar, 2020 - 15:27 • Sandra Afonso
Os empréstimos de risco à habitação caem a pique. É uma consequência do travão imposto pelo Banco de Portugal, em julho de 2018.
Segundo os dados publicados esta quarta-feira, os créditos de maior risco recuaram de 35%, data em que arrancou a medida, para 4%, no final do ano passado.
O supervisor destaca, sobretudo, o crédito à habitação, onde “é possível observar uma melhoria gradual do perfil de risco, desde a entrada em vigor da Recomendação”. Mas esta redução foi "compensada por um aumento da percentagem de crédito à habitação concedido a mutuários com perfil de risco intermédio que, em julho de 2018, era de cerca de 20% e, em março de 2019 e dezembro de 2019, de cerca de 50%".
Segundo a instituição, estes dados revelam que os bancos estão a aplicar as recomendações, através de "práticas mais adequadas na concessão de crédito à habitação, reduzindo a concessão de crédito a mutuários com um perfil de risco mais elevado, diminuindo, assim, a probabilidade de incumprimento".
Estes resultados traduzem-se em vantagens para todos, desde logo para a banca, porque ao “existir uma menor percentagem de crédito a ser concedido a mutuários com perfil de risco elevado, aumenta a resiliência das instituições a uma possível deterioração das condições económicas". Mas também para os clientes, que estão agora “menos sensíveis à subida das taxas de juro e à redução do rendimento".