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Covid-19

Empresas de Distribuição. Racionamento nos supermercados fora de hipótese

27 mar, 2020 - 09:45 • Pedro Filipe Silva (entrevista), Eduardo Soares da Silva (texto)

Os 90 mil profissionais que trabalham no setor e que estão a "alimentar Portugal" durante a pandemia do coronavírus, garante o diretor-geral da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição.

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O diretor-geral da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) garante que não será necessário racionamento nos supermercados portugueses, uma vez que a cadeia de distribuição está a funcionar dentro da normalidade.

Em entrevista ao programa da Renascença "As Três da Manhã", Gonçalo Lobo Xavier destaca que, à data, não há problemas com a produção interna e importações de produtos alimentares, pelo que não está em cima da mesa a possibilidade de racionamento de produtos.

"Não se coloca a possibilidade de racionamento. Participamos ativamente num grupo com Ministério da Agricultura e da Economia, em que estão todos os 'players' da cadeia de abastecimento, desde os transportes aos produtores. A cadeia está a funcionar. Há produtos que Portugal não produz, mas felizmente tem havido bom senso e estão a passar nas fronteiras", explica.

O alerta foi lançado quando existiu uma corrida aos supermercados após as primeiras medidas de restrição de liberdade de circulação. Este responsável admite problemas na reposição nesses dias, mas a situação já regressou à normalidade.

"Nos primeiros dias tivemos uma grande afluência e surpreendeu a aflição natural das pessoas. Foram de forma massiva aos supermercados e aí tivemos alguns problemas de reposição. Lembro-me das fotografias que circularam, mas não é um sinal de rutura de produtos ou falha na cadeia de alimentos. Já está tudo a voltar à normalidade. À data de hoje, não temos qualquer problema em abastecer as lojas e os portugueses. As pessoas vão de forma ordeira ao supermercado, com regras e prioridades", garante.

A normalidade foi conseguida depois de tomadas "um conjunto de medidas, quer de logísticas, como do ajuste das nossas equipas à procura".

Encomendas "online"

Nesse sentido, o setor "online" tornou-se bastante procurado, com as entregas ao domicílio das compras. O diretor-geral da APED reconhece que o setor não estava preparado, mas o reforço das equipas tem solucionado o problema.

"O canal 'online' não estava ajustado a uma procura tão massiva e repentina. Há hábitos desta quarentena que dificilmente mudarão depois. Tivemos dificuldade em responder com celeridade nos primeiros dias, mas temos cerca de 1.200 novos postos de trabalho", garante.

90 mil "heróis a alimentar Portugal"

Gonçalo Lobo Xavier saúda os 90 mil profissionais que trabalham no setor e que estão a "alimentar Portugal" durante a pandemia do coronavírus.

"O setor do retalhe e da distribuição são cerca de 130 mil colaboradores, no alimentar são 90 mil heróis que têm garantido que as lojas estão a funcionar e a alimentar Portugal. Para tudo funcionar, é preciso uma cadeia com os elos bem oleados, desde a produção agrícola e indústria. Há um conjunto de áreas que estão a garantir que as prateleiras estejam com os produtos que os portugueses precisam em pleno", termina.

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