31 mar, 2020 - 19:11 • Hugo Monteiro , com redação
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A pandemia de coronavírus afeta todos os setores da economia e a comunicação social não é exceção. Por isso, a Plataforma que junta os órgãos de comunicação social pede o apoio do Governo. As quebras nas receitas de publicidade já se fazem sentir e o pior ainda estará para vir.
A perspetiva é de um corte muito significativo nas receitas de publicidade, a fonte de financiamento primordial dos órgãos de comunicação social privados.
Em declarações à Renascença, o diretor-executivo da Plataforma de Media Privados, Luís Nazaré, descreve um cenário muito complicado para várias empresas.
Luís Nazaré explica que o corte nas receitas pode chegar, no imediato, aos 40 ou 60%, tal como está a acontecer um pouco por toda a Europa.
“O recurso aos media tem aumentado, as pessoas estão carentes de informação, mas isso não se traduz num aumento de receitas. Pelo contrário. A quebra de receitas tem sido muito forte porque elas são asseguradas, essencialmente, pela publicidade e publicidade tem a ver com a atividade económica, que está bloqueada neste momento.”
Opinião Covid-19
Precisamos saber, denunciar, refletir, encontrar s(...)
O diretor-executivo da Plataforma de Media Privados fala num “corte brutal do investimento publicitário” e considera que a comunicação social é uma das principais vítimas da crise.
A situação será tão grave quanto mais tempo durar o combate à pandemia e quanto mais acentuadas forem as consequências para a economia nacional.
A Plataforma de Media Privados enviou um conjunto de medidas ao Governo. Nestas declarações à Renascença, Luís Nazaré destaca aquela que propõe que o executivo invista “massivamente” em publicidade nos meios de comunicação social privados.
O Estado pode utilizar esses espaços publicitários para informar a população sobre as medidas que estão a ser tomadas contra a Covid-19
“É medida que se nos afigura justa, certa e muito eficaz, na medida em que pode transportar imediatamente liquidez para o sistema”, refere Luís Nazaré.
Da lista de medidas fazem ainda parte propostas como a flexibilização de regimes como o “lay-off”, a aplicação em certos casos da taxa de 0% de IVA para alguns produtos de informação, a suspensão de algumas taxas e uma contribuição especial do Estado para encargos extraordinários das rádios na manutenção dos transmissores.