01 abr, 2020 - 16:08 • Sandra Afonso
Há 13 mil empresas em risco de falência na Europa e 1,5 milhões de trabalhadores deverão perder o emprego.
Com o isolamento social obrigatório e o encerramento de fronteiras, para combater a covid-19, multiplicam-se as empresas em dificuldade. A paragem do comércio internacional pode custar 700 mil milhões por trimestre, segundo a seguradora Euler Hermes.
Na Europa, o cenário é de forte recessão. O PIB da Zona Euro e o da Alemanha, a maior economia europeia, deverão registar uma contração de -1,8%. Em Itália, o país mais afetado pela pandemia, o crescimento ficará nos -3,5%. Na Europa, o impacto será de -4,4%.
Este cenário tem em conta a aplicação de medidas severas no primeiro mês da pandemia. Quanto mais tempo se prolongam estas medidas de contenção, maior a factura económica. Segundo esta análise, por cada mês, o crescimento das economias sofre uma diminuição entre 20% e 30%.
Aumento das insolvências: 13 mil empresas em risco na Europa
A economia internacional já estava em desaceleração, antes da pandemia, mas em muito menor escala. A covid-19 veio colocar "uma pressão intensa" sobre as economias e as empresas. A Euler Hermes aponta para um aumento de 14% das insolvências em todo o mundo, durante 2020, 16% na Europa Ocidental.
Segundo a líder mundial em seguros, a Europa tem 13 mil empresas em risco de insolvência, 7% das PME, isto apesar dos apoios governamentais (adiamentos de impostos, empréstimos, garantias estatais, etc.). Os setores que correm maior risco são a construção, o setor agroalimentar e o dos serviços.
As insolvências vão aumentar principalmente em Itália (+18%), Espanha (+17%) e Holanda (+21%). A Alemanha (+7%), França (+8%) e Bélgica (+8%) também deverão registar um aumento das insolvências maior do que o previsto antes da covid-19.
Um milhão e meio de empregos perdidos
Com esta pausa forçada, 65 milhões de empregos estão em risco ou a precisarem de apoio dos Governos. Mas, como esta é uma crise de carácter temporário, a taxa de desemprego na Zona Euro deverá aumentar "apenas 1 ponto percentual, para pouco mais de 8%". Isto aponta para uma perda de até 1,5 milhões de postos de trabalho, nos próximos 12 meses, "particularmente os trabalhadores independentes ou com contratos temporários".
Partindo do princípio de que as são bem sucedidas, a actividade económica deverá começar a recuperar no segundo semestre de 2020. Mas nem todos os sectores vão mostrar bons resultados no imediato, sobretudo no retalho e turismo espera-se uma recuperação mais lenta.