06 abr, 2020 - 12:30 • Redação
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Os ministros das Finanças e dos Negócios Estrangeiros alemães garantem que imperará a solidariedade europeia, na luta contra as consequências da pandemia de Covid-19, e não haverá necessidade de uma "troika" a dizer aos governos o que fazer para recuperarem do impacto económico da crise de saúde mundial.
Numa entrevista a vários meios de informação europeus, Olaf Scholz e Heiko Maas asseguram que haverá uma resposta europeia "forte" à pandemia e que os países recorrerem à ajuda dos fundos europeus não serão sujeitos a "condições sem sentido, como aconteceu no passado".
"Não vai haver nenhuma 'troika' a entrar num país para dizer ao Governo que medidas é que deve tomar. Não precisamos de uma 'troika', nem de controladores, nem de uma comissão, para desenvolver programas de reforma para um país, mas sim de ajuda rápida e eficaz", sublinham.
A missão da Europa é "criar uma rede de segurança para todos os países europeus que precisem de apoio". Contudo, Scholz e Maas consideram que é preferível usar as ferramentas já existentes, como linhas de créditos criadas durante a crise das dívidas soberanas, aos "coronabonds", títulos de dívida comum que têm sido pedidos por Portugal e outros países mais afetados pela pandemia.
"Precisamos de um sinal claro de solidariedade europeia na pandemia do coronavírus. A Alemanha está disposta a fazê-lo. Este é o maior desafio sanitário, social e económico desde a criação da União Europeia e é o momento para a união na Europa", frisam, garantindo que, se a Europa tomar os passos certos, pode "emergir mais forte desta crise".
A entrevista a Olaf Scholz e Heiko Maas, respetivamente ministros das Finanças e dos Negócios Estrangeiros alemães, foi um esforço conjunto dos jornais "Les Echos" (França), "La Stampa" (Itália), "Público" (Portugal), "El País" (Espanha) e "Ta Nea" (Grécia).