07 abr, 2020 - 17:11 • Olímpia Mairos
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A Nervir - Associação Empresarial pede ao Governo medidas para apoiar os produtores de vinho do Douro e apresenta como sugestão o recurso ao ‘lay-off’.
De acordo com a associação empresarial, “a grave crise que atravessamos provocada pela pandemia da Covid-19 levou a que produtores tivessem que cessar a sua atividade, no entanto, estes produtores não podem fechar, pois as vinhas continuam a ter que ser tratadas, impedindo que se possa recorrer ao regime de ‘lay-off’ simplificado e, sem receitas, estão impossibilitados de pagar os salários dos trabalhadores”.
Apesar de 2019 ter sido um ano “muito bom” em termos de quantidade de vinho produzido, com este surto, “2020 vai ser um ano muito mau em termos de vendas, pelo que os produtores vão ficar com os armazéns cheios”.
Segundo a Nervir, as previsões apontam também para “uma descida, talvez drástica”, entre os 40 a 50% do benefício (quantidade de mosto que cada produtor pode destinar à produção de vinho do Porto), e “uma descida do preço das uvas para generoso e do vinho generoso agravado pelo aumento do preço da aguardente devido ao aumento generalizado do preço do álcool”.
“Esta situação significa que os produtores não vão receber dinheiro suficiente para granjear o próximo ano agrícola”, alerta a associação.
Neste contexto, a associação empresarial reclama do Governo medidas de apoio aos produtores da Região Demarcada do Douro apontado como prioritário o “apoio direto à tesouraria para pagamento de salários ou equivalente, no caso de subcontratação, o mesmo será dizer ‘lay-off’ sem parar de laborar”.
Os empresários solicitam ainda a “antecipação imediata dos pagamentos dos subsídios resultantes dos investimentos efetuados, a antecipação dos subsídios à exploração, o aumento do apoio ao gasóleo agrícola, a isenção de pagamento das taxas, o apoio à destilação voluntária com um pacote financeiro para sustentar o preço do vinho a granel, de forma a não degradar os preços no mercado, e a intervenção do Instituto dos vinhos do Douro e Porto (IVDP) aplicando o seu saldo de gestão”.
A isenção de Taxa Social Única (TSU), do IRS e IRC na campanha 2020, para viticultores e empresas, a aprovação imediata dos projetos VITIS em análise e a “produção de bloqueio" para o generoso, medida já tomada no passado e que consiste em fazer vinho que não pode ser vendido por seis anos, para que o benefício não baixe drasticamente, são outras das reivindicações da Nervir.
“Apelamos ao Governo para que tenha em conta estas preocupações e reivindicações. Somos um dos melhores e maiores embaixadores de Portugal, somos um garante da paisagem Património Mundial da UNESCO e um dos maiores exportadores nacionais. Somos, por fim, um dos setores vitais para a retoma económica e social de Portugal”, lê-se no comunicado enviado à Renascença.
Ainda de acordo com a Nervir – Associação Empresarial, a região do Douro “é responsável por 46% das exportações de vinho português”.