08 abr, 2020 - 15:13 • Maria João Costa
O estado de emergência teve como consequência direta, no setor livreiro, o encerramento das portas das livrarias. Isso gerou, diz a Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL) uma “queda a pique do mercado: menos 83% das vendas nas livrarias”. Num comunicado divulgado esta quarta-feira a APEL afirma que o setor do “Livro está em lay-off”.
“O reflexo imediato são milhares de pessoas em lay-off ou sem trabalho” afirma a APEL que questionou editores e livreiros. Os profissionais do livro informam que “encerraram os seus escritórios e livrarias, mantendo apenas alguns serviços mínimos presenciais ou em teletrabalho, tendo suspendido os novos projetos editoriais”
Este travar da atividade afeta também, diz a associação que representa o setor do livro, “milhares de prestadores de serviços independentes” que estão “sem trabalho” e é uma “situação que afeta autores, tradutores, paginadores e outros serviços especializados, até empresas gráficas”.
“A rotura financeira é iminente para muitos deles, com consequências de extrema gravidade para futuro”, avisa a APEL.
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Segundo dados da GfK Portugal relativos ao período entre 23 e 29 de março, ou seja, a semana 13 das estatísticas livreiras, houve uma quebra de 1,7 milhões de euros no mercado. Quer isto dizer que foram vendidas menos 129,2 mil livros.
Em risco está o futuro da atividade editorial e livreira. A APEL confirma que tem mantido o “contacto com as entidades governamentais” a quem tem vindo a alertar “para a fragilidade do sector que poderá não ter condições de recuperação da atual crise, e para a urgência de medidas específicas e excecionais de apoio para o sector.”
Os dados avançados pela GfK Portugal confirmam uma quebra de 67 por cento na procura de literatura, menos 65 por cento na venda de livros de ficção e não ficção na área do infanto-juvenil e uma baixa de 77 por cento na procura de livros das áreas Vida Prática /Lazer/Atualidades.
Já na semana passada, os números divulgados pela GfK Portugal para a semana entre 16 e 22 de março registavam uma quebra de dois terços do valor nas vendas, quando comparado com igual período do ano anterior.Perante a situação de agravamento da situação epidemiológica causada pelo novo coronavírus, os dados mostravam ter havido uma quebra de 65,8% nas vendas.