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Coronavírus. Alemanha defende “ajuda rápida sem instrumentos de tortura como a troika”

12 abr, 2020 - 09:06 • Sandra Afonso , Marta Grosso

As palavras são do ministro dos Negócios Estrangeiros alemão, em entrevista ao “Der Spiegel”. Heiko Maas admite que nenhum país europeu conseguiu compreender de imediato “o que uma pandemia significaria para nossa vida social e económica. Por isso, demorou para que as medidas fossem alinhadas”.

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O ministro alemão dos Negócios Estrangeiros considera que, para reagir à crise do novo coronavírus, é necessária "ajuda rápida sem condições muito restritas ou dispositivos de tortura, ou seja, sem a troika ou medidas de austeridade difíceis”.

Heiko Maas lembra, em entrevista ao “Der Spiegel”, que no passado, durante a crise financeira, foram criados instrumentos que melhoraram a capacidade de ação da União Europeia. “Esse deve ser o nosso objetivo mais uma vez”, defende.


O chefe da diplomacia alemã garante que a Alemanha irá ajudar Itália, mas lembra que, antes de ajudarmos os outros, temos de nos fortalecer por dentro.

“É como nos aviões”, compara. “Todos devem primeiro colocar sua própria máscara antes de ajudar os outros. Se não tivéssemos feito o nosso trabalho de casa [na Alemanha], não teríamos sido capazes de apoiar ninguém fora do nosso país. A ordem em que fizemos as coisas estava correta”, responde Maas quando questionado sobre a proibição de exportar roupas de proteção, mesmo para países da União Europeia.

“Considero apropriado que cada Estado-membro atue primeiro em nível nacional”, defende.

Sobre se é a favor das coronabonds enquanto social-democrata, o ministro responde que “a política é tornar possível o que é realizável, não mergulhar em cosmética pragmática”. E explica que, com a atual coligação alemã, as coronabonds não são viáveis, tal como noutros governos da Europa.

No que toca à dificuldade de a Europa chegar a acordo sobre os mecanismos de ajuda face à crise da pandemia de Covid-19, Heiko Maas admite que “estava além de nossa capacidade racional e emocional de compreender o que uma pandemia significaria para nossa vida social e económica. Essa é a verdade. Por isso, demorou um pouco para que as medidas nacionais e europeias fossem alinhadas”.

O ministro alemão mostra-se crítico do modo como Estados Unidos, China e Hungria têm reagido ao novo coronavírus – Pequim "adotou algumas medidas muito autoritárias, enquanto nos EUA o vírus foi minimizado por muito tempo". São modelos extremos que não servem de modelo à Europa, defende.

“Na UE, temos de apresentar instrumentos concretos, além de declarações e declarações. Não podemos simplesmente ignorar o facto de que o Estado de Direito está a ser minado. Democracia e Estado de Direito são os valores sobre os quais a União Europeia está fundada. Todos os Estados-membros devem respeitar isso”, frisa na entrevista.

Confrontado com a ideia de que esta pandemia poderá resultar num desastre geopolítico para a Europa, Maas responde que “temos que lutar contra isso”.

“Acima de tudo, isso dependerá da maneira como falamos sobre a UE. Se, como no passado, culparmos Bruxelas por tudo que não funciona, não teremos hipótese contra essas narrativas negativas. Para quê tantas queixas? A culpa é nossa. Temos de poder agir na crise do coronavírus e mostrar o quanto a UE é valiosa para todos. E também devemos reconhecer essa capacidade de agir antes de começarmos a lidar com desinformação e narrativas direcionadas do exterior”, conclui.

Heiko Maas é ministro dos Negócios Estrangeiros do Governo de Angela Merkel desde março de 2018.

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  • Cidadao
    12 abr, 2020 Lisboa 11:02
    Controle de danos nada mais. Lembrou-se da exportação de Mercedes, BMW, Audi's, Porsches e por aí fora e não os quer ver substituídos por Renault, Citroen, Fiat's, Maseratti's, etc.

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