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Pandemia de ​Covid-19

Governo admite levantar parte das restrições "daqui por algumas semanas”, mas impacto na economia "vai ser duro"

14 abr, 2020 - 19:48 • Redação

Depois de o Governo se reunir com académicos e economistas, o ministro Pedro Siza Vieira fez um apelo aos portugueses: mesmo com a atividade económica a retornar em breve, "um retorno gradual, mas tem que ser feito”, é essencial continuar a “gerir o risco e manter as medidas de proteção”.

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O primeiro-ministro António Costa e diversos membros do Governo estiveram parte da manhã e tarde desta terça-feira reunidos por videoconferência com um conjunto de académicos e economistas para discutir a presente situação económica e financeira do país, procurando encontrar medidas para promover o seu relançamento num período de profunda crise causada pela pandemia de Covid-19.

No final, contudo, foi o ministro Adjunto e da Economia, Pedro Siza Vieira, e não o primeiro-ministro, a falar à comunicação social, ainda que sem adiantar “as sugestões e reflexões” dos especialistas.

Siza Vieira escusou-se a dizer que “foi muito referido que a forma como o pais tem vindo a gerir a crise, com uma imagem externa positiva, a imagem de um destino seguro, um pais de coesão social, é uma vantagem no reposicionamento futuro na nossa economia”.

Ainda que, também aqui, não adiantando se aquando da renovação (pela segunda vez) do estado de emergência se promoverá uma reabertura gradual de algumas atividades económicas entretanto paradas, pois essa é “uma decisão do senhor Presidente da República”, o ministro da Economia garantiu: “Temos que começar a pensar na forma como vamos ser capazes de, de forma coordenada com os parceiros europeus, criar na população e empresas a confianças de que estão reunidas as condições para o retorno à normalidade – um retorno gradual, progressivo, mas tem que ser feito”.

Elogiando a “autodisciplina” dos portugueses, que “souberam confinar-se” em casa, Siza Vieira disse que, “daqui por algumas semanas”, quando se levantarem muitas das restrições agora impostas, é fundamental, e pediu-o, “ter a mesma capacidade de gerir o risco, retornando a nossa atividade económica, mas com medidas de proteção”.

Já quanto às previsões do FMI para a economia mundial e nacional, divulgadas esta segunda-feira e que apontam uma queda de 8% da economia portuguesa para 2020, o ministro Siza Vieira preferiu referir que o Governo “ainda não sabe qual é a verdadeira redução económica”.

“Aquilo que sabíamos é que a partir do momento em que adotámos cedo medidas de restrição, isso ia ter impacto na economia. A nossa primeira resposta foi proteger o emprego. Sabemos que 82% das empresas estão a manter a atividade e 66 mil empresas colocaram trabalhadores em ‘lay-off’. Ainda não há um impacto real, mas sabemos que vai ser severo e que vai ter impacto no PIB no final do ano. Esperamos que não chegue aos dois dígitos – e o FMI também diz isso. Há muita coisa incerta, pode correr melhor, pode correr pior, mas vai ser duro. Com o levantar das restrições, podemos, com cuidado, com confiança, retomar a nossa atividade, sempre salvaguardando a saúde dos portugueses”, explicou o ministro da Economia.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já provocou mais de 120 mil mortos e infetou mais de 1,9 milhões de pessoas em 193 países e territórios. Dos casos de infeção, cerca de 402 mil são considerados curados.

Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registam-se 567 mortos, mais 32 do que na segunda-feira (+6,%), e 17.448 casos de infeção confirmados, o que representa um aumento de 514 (+3%).

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