15 abr, 2020 - 14:12 • Sandra Afonso
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A dívida pública de Portugal vai disparar com a actual crise para um novo máximo de 135% do PIB, acima do registado na anterior recessão, indicam as previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI) conhecidas esta quarta-feira.
Esta percentagem é o resultado do efeito conjugado da queda do PIB, em 8%, com a subida do défice para 7,1%, este ano.
O Fiscal Monitor, o relatório do FMI agora divulgado, coordenado por Vítor Gaspar, o ex-ministro das Finanças português, revela ainda que as necessidades de financiamento das economias desenvolvidas vão disparar.
Previsões negras do Fundo Monetário Internacional (...)
Portugal está entre os países que mais dinheiro precisam, 18,6% do PIB, segundo este trabalho. A lista é liderada pelo Japão e Estados Unidos.
De acordo com estas previsões, a dívida pública do Estado português deverá aumentar 17,4 pontos percentuais, de 117,6% para 135% do PIB, ainda este ano. Este cenário afasta ou, pelo menos, dificulta seriamente a meta do governo, que pretende reduzir a dívida para 100% até ao final da legislatura.
Mário Centeno conseguiu cortar a dívida até 117,6% do PIB, no ano passado. O último máximo registado na dívida pública é de 2014, altura em que chegou a 132,9% do PIB.
Para 2021 o FMI aponta para uma recuperação, com o PIB a subir 5%, o défice deverá descer para 1,9% e a dívida pública cair 6,5 pontos percentuais, para 128,5%.