15 abr, 2020 - 12:10 • Sandra Afonso
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De acordo com os dados do último balanço disponibilizado pelas empresas, representam um impacto potencial de mais de 5.100 postos de trabalho e uma perda de volume de negócios superior a 295 milhões de euros.
A Cosec, seguradora de créditos, sublinha ainda que 87 milhões de euros de créditos a fornecedores que ficaram por pagar.
Cerca de 68% do número de postos de trabalho em risco estão concentrados nas micro e nas pequenas empresas, tendência também observada no que toca ao valor de créditos a fornecedores (84%). Na verdade, a maioria das insolvências são microempresas, "o que reflete a sua maior vulnerabilidade face aos desafios do panorama económico atual", uma tendência que se verifica desde 2019.
Por outro lado, embora com um ligeiro decréscimo (de 23% no primeiro trimestre de 2019 para 21% para o mesmo período em 2020), também o setor dos serviços continua a liderar as insolvências, com 136. Seguem-se o retalho (15,3%), com um total de 101 empresas insolventes, e o setor da construção (14,9%), com 98.
Destaque ainda para os Empresários em Nome Individual, que registaram no primeiro trimestre de 2020 95 insolvências, 14% do número total.
Por localização, não há grandes alterações. O Porto tem o maior número de insolvências (23,4%, contra 28,5% no primeiro trimestre de 2019), seguido de Lisboa (18,5%, contra 18,1%) e do distrito de Braga (13,4%, contra 12,2%). Os distritos de Beja, Portalegre e Évora continuam a registar menos casos, apenas 16.
Continua a surgir novas empresas, mas no primeiro trimestre já se observou uma descida de 25%, face a igual periodo do ano anterior.
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Os pedidos de ajuda, através do PER - Processo Especial de Revitalização, caíram 20% neste primeiro trimestre. Foram 102, no total, contra os 127 registados nos primeiros três meses de 2019,
40% foram solicitados por micro ou pequenas empresas. Por sectores, os Serviços (15 empresas), Alimentação (14) e Construção (13) foram os que apresentaram mais pedidos de ajuda.
“A economia global está num enorme estado de turbulência. O mundo está a atravessar um novo tipo de crise económica e sanitária que está a colocar todas as economias, e as empresas, sob uma pressão intensa. Prevemos que o aumento das insolvências, que já se verifica no primeiro trimestre do ano, se acentue nos próximos meses.”, afirma Maria Celeste Hagatong, presidente do Conselho de Administração da COSEC.
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Relativamente aos casos de pedido de Processo Especial de Revitalização (PER), 40% foram solicitados por micro ou pequenas empresas. Quanto aos setores que registaram o maior número de pedidos de acesso a este mecanismo, destacam-se os setores dos Serviços (15 empresas), Alimentação (14) e Construção (13).
Aumento de 14% das insolvências em todo o mundo
A Euler Hermes, acionista da COSEC, aponta para um aumento de 14% das insolvências em todo o mundo este ano, (16% na Europa Ocidental).
Esta estimativa já conta com as ajudas dos governos para apoiar as empresas (adiamentos de impostos, empréstimos, garantias estatais, etc.), ainda assim, é admitida a falência de cerca de 7% das PME e midcaps da Zona Euro – cerca de 13 mil negócios. Ainda segundo estes cálculos, 10% do total de empresas em risco estão em França, perto de 9% na Alemanha, 8% na Bélgica, 6% em Espanha e 5% em Itália.
Esta pausa na atividade económica deverá colocar 65 milhões de empregos em risco ou a precisarem de apoio dos Governos. Mas a taxa de desemprego na Zona Euro deverá aumentar apenas 1 ponto percentual, para pouco mais de 8%, porque esta é uma crise temporária. O que significa que poderá haver uma perda de até 1,5 milhões de postos de trabalho nos próximos 12 meses, particularmente os trabalhadores independentes ou com contratos temporários.
Apesar de estar em recuperação, a economia chinesa não deverá sair desta crise sem marcas. A Crédito e Caución aponta para um aumento das insolvências este ano de 25%, centrado sobretudo nas PME.
A taxa de crescimento económico da China deverá deteriorar-se acentuadamente, situando-se num crescimento zero ou chegando mesmo à contração.
As empresas mais afectadas serão as PME privadas, a operar nos setores com pior rendimento e que tenham acesso limitado a financiamentos.
Previsões negras do Fundo Monetário Internacional (...)
Nos últimos anos muitas empresas têm sentido dificuldades, as "altamente endividadas em segmentos com excesso de capacidade, como o setor mineiro, celulose, circuitos impressos, têxtil, construção naval, energia solar, aço e metalurgia são especialmente vulneráveis". Há ainda as exportadoras, sobretudo as que dependem dos Estados Unidos, "em especial nos setores da metalurgia, maquinaria eletrónica, têxtil e pneus, também apresentam dificuldades".
O surto de coronavírus afetou gravemente a economia chinesa. A condicionar a retoma da China está a fraca procura mundial, além de interna, "uma possível falta de contenção do surto no país, a evolução da pandemia a nível mundial e o conflito comercial com os EUA."