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Coronavírus

A pandemia vai mudar o que fazemos? Conheça os setores que podem demorar mais a sair da crise

17 abr, 2020 - 10:23 • João Carlos Malta

A Boutique Research, empresa de estudo "online", em parceria com a Netquest, realizou um estudo como objetivo de antever comportamentos e alterações de hábitos decorrentes do confinamento, e revelar cinco novas tendências. Ainda assim, sete em cada dez portugueses está muito preocupado com o futuro.

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A forma como o coronavírus nos está a mudar é visível todos os dias, com novos hábitos e novas experiências a que todos nos tivemos de adaptar. Mas agora que o estado de emergência foi renovado − sendo que tanto o Presidente da República como o primeiro-ministro manifestaram o desejo de ser a última vez que tenham de fazê-lo − há quem já comece a olhar para a frente. E no regresso à normalidade poucos setores vão ficar iguais, mas há alguns que vão demorar mais a seguir em frente. Voltar a andar de avião, ir a um concerto ou festival de música, frequentar um ginásio, passar uma noite num hotel e passear num centro comercial está a deixar muitos portugueses reticentes.

O inquérito da Boutique Research, empresa de estudos de mercado "online", em parceria com a Netquest, quis antever comportamentos e alterações de hábitos decorrentes do confinamento. A primeira questão aos inquiridos era sobre que locais iriam sem qualquer reserva depois de o Governo dar autorização. E se o retorno aos espaços ao ar livre, como a praia e os jardins, lojas de rua e esplanadas parece que se dará de forma automática, há outras atividades que demorarão a voltar a ter a confiança dos cidadãos.

Em primeiro lugar, as transportadoras aéreas, com 62% dos inquiridos a declarar que não irá de imediato viajar de avião, 65% também não irá de imediato a concertos e festivais, 57% a ginásios, 60% a hotéis e 45% a centros comerciais. A cultura também vai sofrer aquando do regresso à vida normal − os teatros e os cinemas vão demorar a recuperar a confiança dos espectadores.

Mas este período não terminou com os desejos em voltar a consumir. Segundo este inquérito, 95% anseia adquirir um produto, ou serviço, quando acabar a quarentena.

No topo da lista, está ir a um restaurante e a um café. Depois a visita a um cabeleireiro ou a uma manicure, e a completar a lista poder voltar a ser visto por um médico e marcar férias em Portugal.

Hábitos de compra

O estudo que afirma que 73% portugueses está muito preocupado com o futuro, sugere que durante o confinamento foram adquiridos hábitos de compra, e alguns parecem ir perdurar no tempo. As pessoas parecem não estar disponíveis para passar tanto tempo no supermercado. Quase 69% adotou neste mês de confinamento esse hábito e quase 40% parece querer mantê-lo.

Há ainda 45% das pessoas entrevistadas no estudo a dizer que passaram a fazer uma lista de compras e a comprar apenas o que está na lista, e 36% disse que doravante vai seguir esse método.

Ir a supermercados mais perto de casa ou passar a pagar mais com cartão, comprar só o essencial são alguns dos comportamentos que poderão manter-se no período pós-confinamento.

Querido, vou querer mudar a casa

A quarta tedência identificada abre boas perspetivas para as empresas de construção civil, e para as lojas de interiores. Estar mais tempo em casa despertou vontade de remodelar.

Para quase metade dos entrevistados, o tempo de confinamento despertou a vontade de fazer remodelações e pequenas reformas. Entre as remodelações que pretendem fazer, destacam-se: pintar a casa, comprar artigos de decoração, renovar mobiiário e fazer obras na casa de banho e na cozinha.

A última mudança não foi uma transformação assim tão profunda quanto à partida se poderia esperar. Não assistimos a um grande aumento da penetração das compras "online" neste período (apenas 2% refere ter feito a sua primeira compra durante o confinamento), mas há novas categorias a entrar no carrinho de compras – 22% refere ter passado a comprar "online" coisas que nunca tinha comprado.

Entre estas destacam-se os alimentos frescos (31%), os medicamentos (29%), e a comida pronta / take away (28%).

Este estudo teve uma amostra de 500 entrevistas, feitas a indivíduos de mais de 18 anos, a quem foi aplicado um questionário "online". O inquérito foi feito entre 13 e 14 de Abril.

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