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Covid-19. PME não conseguem aceder às linhas de crédito​

20 abr, 2020 - 09:33 • Anabela Góis (entrevista), Luís Aresta (texto)

​A Confederação Portuguesa das Micro, Pequenas e Médias Empresas critica a alegada passividade do executivo, perante a forma como os bancos estão a gerir o crédito ao relançamento da atividade económica.

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Os empresários não estão a conseguir, junto da banca, o dinheiro imprescindível à manutenção da atividade económica, denuncia Jorge Pisco, presidente da Confederação Portuguesa das Micro, Pequenas e Médias Empresas (CPPME), à Renascença.

"O acesso à linha de crédito é feito a taxas que rondam os 3%, quando os bancos estão a ir buscar dinheiro a valores negativos de -0,75%, e cada banco está a fazer conforme quer e bem lhe apetece, ao sabor do vento. O Governo deveria criar um modelo regulatório que assegurasse às instituições bancárias emprestar rapidamente e a custo zero, na medida em que o executivo dispõe de mecanismos de regulação económica para criar um quadro que permita aos empresários ter acesso às linhas de crédito em condições favoráveis para manter as empresas em atividade", diz Jorge Pisco, convidado do programa As 3 da Manhã.

Entrevistado na Renascença, a poucas horas de ser recebido em Belém por Marcelo Rebelo de Sousa, o presidente da CPPME denuncia o comportamento dos bancos: "Aquilo que dizem é que primeiro analisam de acordo com o banco e depois é que podem ter em conta a linha Covid. Os micro, pequenos e médios empresários merecem mais respeito por parte do poder", sublinha.

"O Governo permitiu o adiamento do pagamento da segurança social, IVA e impostos em geral, mas adiar significa que vai ter de se pagar daqui a uns meses. Como é que se vai fazer esse pagamento se, neste momento, não se está a faturar?", questiona.

Jorge Pisco faz ainda notar que "há empresas que foram para 'lay-off' sem liquidar os salários de março" e que, na prática, o Governo "não resolveu problema dos sócios-gerentes". No seu entender, o dinheiro está a ser vocacionado para as maiores empresas e confessa estar pessimista quanto aos planos do Governo para o mês de maio.

"Não sei se há luz ao fundo do túnel, porque neste momento as empresas estão a entrar em coma. Aquilo que hoje iremos transmitir ao senhor Presidente da República é a angústia de vários setores da sociedade económica portuguesa que vivem problemas terríveis que não vêem como os resolver", conclui.

Comentários
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  • António Oliveira
    20 abr, 2020 Lisboa 13:50
    É totalmente verdade o que refere Jorge Pisco. Os bancos, por critérios exclusivamente de comerciais, estão a dar prioridade aos melhores clientes e negligenciam as Micro e Pequenas Empresas e ENI's. Por conhecimento próprio e até pelas declarações de Presidentes dos Bancos, a 1a decisão é uma decisão de risco do Banco, apesar do crédito a conceder estar garantido a 80/90%; após terem sido exigidos documentos sem qualquer sentido, aprovam ou não o envio para a SGM. Os 5 dias prometidos, são totalmente virtuais. As Micro e PME's e ENI's têm dezenas de milhar de propostas que nunca irão ser apreciadas nas SGM, serão chumbadas à priori no Risco dos Banco. Há que aproveitar esta oportunidade para injetar capital nas maiores empresas e fidelizá-las ao banco. Porque daqui a um ano são estas que vão dar maior rentabilidade ao banco. É muito fácil de perceber: -uma operação de 1 milhão € envolve 3 decisores de crédito no máximo e como o banco está na posse da informação da empresa, nem precisa de ir a Conselho ; passa para a SGM em 2 dias e a SGM como tem as Linhas sectorizadas aprova em 2 dias. Ao 5° dia a empresa assina o contrato e o capital está disponível: 5 dias. -uma operação de 50.000 € é apreciada por 3 decisores de crédito, além do subgerente e gerente que propõem a operação (5 pes). Quanto tempo para fazer passar uma operação de 50.000€? Nunca menos de 5 dias no b. São precisas 20 operações de 50 mil € para um milhão de € e aqui o "risco é muito maior" Concluam...
  • Ana gonçalves
    20 abr, 2020 Montijo 09:56
    Devid a covid 19 tive de encerrar o estabelecimento a 19 março ... pedi emprestimento no banco......a 23 março.... resposta deles .....Està em analise o seu pedido..... Tenho a conta a zeros .da empresa ...nao tenho como pagar segurança social de março nem ordenado da funcionaria de março ... Este mês ta na lei Off...... Somos uma micro empresa .... 1 trabalhador 1 socio gerente....A LINHA DE APOIO COVID 19 A MICRO EMPRESAS É UMA TRETA

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