21 abr, 2020 - 18:24 • Sandra Afonso
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Pedro Barreto, administrador do BPI, não avançou valores esta terça-feira, em audição parlamentar sobre as medidas da banca de apoio à economia no âmbito da pandemia de Covid-19. No entanto, garante que o banco não está a aplicar juros máximos nas linhas de crédito do Governo.
“A taxa de juro praticada pelo BPI ficou muito, mas muito, abaixo das taxas máximas, essa informação posso-lha dar. As taxas de juro foram, inclusivamente, mais baixas do que as operações que o banco faz a seis anos, naquele caso era a quatro anos.”
O administrador do BPI confirmou ainda que está a ser avaliado o risco sobre 20% do financiamento, mas já não é pedida nenhuma garantia. Isso acontecia com as linhas iniciais, a primeira esgotou e a segunda foi integrada no último reforço, onde as garantias já não podem ser exigidas.
Questionado sobre o que acontece aos primeiros contratos, fechados ainda com garantias, explica que depende de cada banco, mas são créditos negociados em condições diferentes.
O BPI garante que a atribuição do crédito é rápida e que em 10 dias o dinheiro chega aos clientes, mas a burocracia do processo disparou.
“Para as linhas do Estado não há mais nenhuma documentação exigida por parte do BPI. Queria só lembrar que, até quinta-feira, a documentação que era exigida pela Sociedade de Garantia Mútua envolvia só dois documentos e passou a exigir nove documentos.”
A maioria dos pedidos, no âmbito das linhas de crédito, está a chegar de micro e pequenas empresas, sublinha Pedro Barreto.
“O número de pequenas e médias empresas que temos é esmagadoramente muito superior ao número das grandes empresas. Isto tem uma razão que é simples de explicar, é que o limite da linha para as grandes empresas é de 2 milhões de euros, portanto, não é através destas linhas que as grandes empresas têm estado a resolver os seus problemas.”
Quanto aos montantes, admite que os atuais 6,2 mil milhões podem vir a ser alargados: “é cedo para concluirmos que os 6,2 mil milhões que estão à disponibilidade dos clientes é insuficiente. Mas o que sentimos é que o Governo tem sempre mostrado grande abertura para aumentar este apoio à economia, portante, se de facto este montante se esgotar, penso que é possível que esse aumento de montante venha a acontecer.”
Assim como o reforço das linhas de crédito, também poderá ser necessário prolongar as moratórias nos empréstimos, além dos seis meses. O BPI alerta que a recuperação económica poderá ser lenta, o que implica a manutenção dos apoios por mais tempo.