24 abr, 2020 - 10:28 • Luís Aresta
A Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) pede ao governo que seja célere na reavaliação dos milhares de pedidos de "lay-off", devolvidos às empresas devido a falhas no preenchimento dos formulários. João Vieira Lopes aponta "as alterações sucessivas" ao diploma como a principal razão para os erros cometidos.
Agora o importante é proceder às retificações e que o Governo também não perca tempo porque, faz notar João Vieira Lopes, “enquanto em março houve empresas que fizeram negócio durante alguns dias e beneficiaram do adiamento da segurança social para ter alguma liquidez, o mês de abril é crucial, até porque esse dinheiro é importante para pagamento dos salários”.
Pandemia de Covid-19
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João Vieira Lopes antevê um final de mês complicado para patrões e trabalhadores. “Com este atraso das linhas de financiamento - que requerem ainda algum trabalho ao nível da banca e da garantia mútua – aliado a estes atrasos no pagamento do 'lay-off', pensamos que vai haver um número muito mais significativo de empresas que não terão capacidade para pagar salários do que no mês passado”, confessa.
A CCP remete para esfera política a decisão do prolongamento ou levantamento do estado de emergência, em função de “razões de saúde pública”, mas está já a planear a anunciada retoma de alguma atividade económica em maio.
Para esta sexta-feira está marcado um encontro com o primeiro-ministro António Costa, no qual João Vieira Lopes se fará acompanhar dos representantes das associações comerciais dos cabeleireiros e do ramo automóvel, na convicção de que estas duas áreas de negócio poderão estar na linha da frente para a reabertura das lojas no início de maio.
Nesta entrevista à Renascença, o presidente da CCP, confrontado com as acusações da existência de abusos, feitas pelos sindicatos, declara ser “impossível, num universo de 200 mil empresas, garantir que tem havido cem por cento de atitudes corretas“, mas assegura que os empresários têm feito um esforço para cumprir com os seus compromissos para com os trabalhadores.
Já na questão dos horários, sublinha, “essa é uma área em que os sindicatos não têm razão”, porque teve de haver “adaptações à situação atual, ditadas por necessidades ou urgências, que tenham levado a que nem todas as regras formais deste tipo de alterações tenham sido cumpridas”.