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​Reportagem

Barbeiros em crise. Marco quer voltar a cortar gadelhas, mas cliente só entra de máscara

28 abr, 2020 - 21:35 • Isabel Pacheco

Quando a economia reabrir, neste barbeiro de Gaia - que se queixa de falta de diretrizes oficiais - o horário de trabalho será alargado, o atendimento será feito só por marcação, os acompanhantes serão interditos e haverá reforço dos descartáveis e da higienização.

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Como cortar o cabelo ou aparar a barba a uma distância de segurança? “Completamente impossível”, diz Marco Maia. O barbeiro de Vila Nova de Gaia explica que, apesar de todos os cuidados, há “coisas impossíveis de contornar”.

“Vamos trabalhar de viseira, de máscara e de luvas e vamos, sem dúvida, exigir ao cliente a utilização de máscara”, garante o empresário.

Marco Maia já equacionou os diferentes cenários: “uma suposição: estamos dois barbeiros a trabalhar. Então, começo o meu cliente pelo cabelo, o meu colega pela barba para que nenhum dos clientes esteja sem máscara”.

O horário de trabalho será alargado, o atendimento será feito só por marcação, os acompanhantes serão interditos e haverá reforço dos descartáveis e da higienização.

Estas são algumas das estratégias já definidas para a reabertura dos quatro espaços de barbearia de Marco Maia.

As medidas vão ter “custos elevados”, explica. “Tudo vai dar um grande acréscimo. Podemos estar a falar numa margem de 4 a 5 euros, só em descartáveis, por cliente”, sublinha.

Os custos estão já calculados para a reabertura ao público, mas faltam, ainda, as orientações, lamenta o empresário, que vai vendo o que tem sido feito noutros países e “pouco mais”.

“Sem as leis e as diretrizes andamos às aranhas”, admite Marco Maia, preocupado como timing que vai ser necessário para preparar a reabertura de quatro barbearias.

“Se nos derem autorização de abertura, a partir de dia 4, e se lançarem as diretrizes a partir de dia 5 ou dia 6, vai dar-nos uma margem muito curta para trabalharmos com segurança”, alerta.

Para trás ficam quase dois meses de “paragem total”. Não foram “nada fáceis”, “de saldo zero passou a negativo”.

Como serão os próximos tempos, Marcos Maia diz que é “uma incógnita”. Uma coisa parece-lhe certa: nada será como antes: “as gargalhadas vamos ouvi-las, mas não as vamos ver. Não há abraços. Nem cumprimentos fervorosos. Vai ser muito impessoal isso é que me assusta”.

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