29 abr, 2020 - 20:34 • José Pedro Frazão
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É inevitável uma intervenção estatal de grande dimensão na TAP, defende Paulo Rangel no programa “Casa Comum” da Renascença.
O eurodeputado social-democrata diz que Portugal vai, certamente, seguir o que outros países estão a fazer com as suas companhias aéreas.
"Não tenho quaisquer dúvidas que vai ter que ser. E que vai ter que ser, provavelmente, por um montante muito impressionante e que colocará, sem dúvidas, algumas questões sobre os apoios necessários à economia", afirma Paulo Rangel.
O eurodeputado do PSD não gostou de ouvir o tom da intervenção desta quarta-feira, no Parlamento, do ministro das Infraestruturas. Pedro Nuno Santos assumiu a missão de salvar a transportadora aérea nacional e avisou: "a música na TAP agora é outra". Qualquer intervenção estatal terá em vista os interesses da empresa e não dos accionistas, afirmou. O ministro considera que a TAP já não estava a ser bem gerida antes dos efeitos da covid-19 na sua atividade e que o Governo vai optar pela solução que melhor defender o povo português.
"O ministro das Infraestruturas não esteve bem no Parlamento. Isto não quer dizer que eu esteja contra uma intervenção. Pelo contrário, Portugal, por ser um país periférico do ponto de vista da sua localização geográfica em termos europeus, designadamente, vai ter muita dificuldade neste rearranque das ligações aéreas. Nem Lisboa nem o Porto vão ser prioridades para as grandes companhias", adverte Paulo Rangel.
O comentador diz que Portugal tem um interesse estratégico a manter, o que obriga a uma intervenção robusta do Estado na TAP.
"Não tenho dúvidas nenhumas de que, dada a situação verdadeiramente dramática em que estão as companhias de aviação e dado o interesse estratégico de manter ligações aéreas para Portugal, vamos ter que fazer uma intervenção muito robusta na companhia aérea", sublinha Paulo Rangel.