04 mai, 2020 - 15:08 • Luís Aresta
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Os hotéis não deverão retomar em pleno a atividade antes do fim de junho, afirma o presidente da Confederação do Turismo de Portugal (CTP), Francisco Calheiros, em entrevista à Renascença.
Francisco Calheiros aponta o fim do mês de junho, ou o início de julho, como o momento em que será a reabertura dos hotéis e outras unidades de alojamento turístico que optaram por fechar as portas devido à Covid-19.
A reabertura coincidiria assim, com o fim do prazo de abrangência dos apoios excecionais ao “lay-off”, concedidos pelo governo. “O lay-off são três meses; apontamos para o fim de junho, início de julho”, diz o presidente da CTP, que não deposita grandes esperanças nos primeiros dois meses de atividade pós-confinamento, apontando a segunda quinzena de agosto como o período em que se poderá notar esse “reatar da atividade”.
Francisco Calheiros faz notar que “o primeiro semestre está irremediavelmente perdido, infelizmente”.
O setor olha com expetativa para o pico do verão, até porque, revela “as pessoas estão a atrasar bastante os cancelamentos”, fazendo acreditar que “setembro e outubro, meses normalmente importantes no que respeita a reservas feitas por estrangeiros, possam ter alguma contemplação”, diz.
Se o novo coronavírus vai descendo o planalto que encontrou em Portugal, os empresários da hotelaria tentam subir as encostas do vale glaciar em que o setor caiu repentinamente. E neste contexto, Francisco Calheiros entende não ser adequado pensar que o turismo de habitação ou o turismo rural – longe da pressão do turismo de massas – possa beneficiar de condições excecionais para um ressurgimento prematuro no mercado.
Os empresários destes setores estão muito preocupa(...)
“Devemos seguir as regras da hotelaria clássica”. Para Francisco Calheiros a concorrência passa para segundo plano, na medida em que “há necessidade deste tempo para preparar as casas”, de forma a preservar a saúde dos clientes e dos proprietários das unidades de turismo de habitação que, como é sabido, partilham o espaço e interagem socialmente com os turistas.
Francisco Calheiros enviou uma carta a todos os parceiros, em que são referidas “as vantagens do turismo de habitação, pelo facto de a maioria das casas se encontrarem em meio rural” proporcionando contacto com o ar livre.
A convicção do dirigente da TURIHAB é de que “as pessoas que tencionam gozar as suas férias, não estão a pensar fazê-lo em situações onde haja turismo de massas nem grandes ajuntamentos”.
A concluir esta entrevista, Francisco Calheiros assinala o esforço que está a ser feito para que todas as unidades obtenham o “selo do Turismo de Portugal” e que a própria TURIHAB “criou um conjunto de normas que as casas deverão seguir para se reapetrechar, restruturar e organizar e poderem receber as pessoas”.
[notícia atualizada às 16h08]