04 mai, 2020 - 18:14 • Dina Soares
Veja também:
O Ministério da Saúde não paga às instituições de particulares de solidariedade social desde o mês de janeiro. O presidente do PSD denunciou a situação esta segunda-feira, depois de ter estado reunido com os responsáveis da União das Misericórdias, da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade e da Santa Casa da Misericórdia do Porto.
“Não é aceitável fazer dívida neste setor, não faz sentido nenhum, em particular agora, num momento em que estas instituições têm ainda mais encargos”, considera Rui Rio, acrescentando que tais dívidas estão a ser suportadas por alguém. “Se não forem as instituições, são os seus fornecedores que, certamente, não estão a ser pagos pelos seus bens e serviços”.
Quanto à abertura dos lares a visitas, Rio admite que é penoso para os utentes estarem há tanto tempo sem verem os seus familiares, mas considera que o processo tem que decorrer de forma “muito cuidadosa e muito gradual”.
Rio alertou, aliás, para a importância de proteger melhor os lares se se verificar uma segunda onda da pandemia, no outono.
“Os lares são os pontos nevrálgicos da covid-19. Se os serviços de saúde tivessem conseguido responder melhor e os lares tivessem sido bem protegidos, a covid-19 tinha-nos passado ao lado.”
A elaboração de um programa de respostas sociais é, em seu entender, o passo mais urgente neste momento, “dada a gravidade do que se prevê que vai acontecer”.
O líder social-democrata aponta as áreas da habitação, do emprego e mesmo de necessidades básicas como a alimentação como aquelas em que é mais urgente agir.
O programa de recuperação económica, que o PSD anunciou que estava a elaborar, ficará para junho ou julho. “Precisamos de ter um quadro de base com dados concretos, por exemplo, sobre a queda do PIB e os setores mais afetados pela crise, para podermos construir as soluções”, disse Rui Rio.
Rio aproveitou para comparar o comportamento da Igreja Católica relativamente às celebrações do 13 de maio, com o comportamento adotado pela CGTP durante as celebrações do 1º de Maio, para concluir que “a Igreja tem muito mais juízo do que a central sindical”.
Confessou-se escandalizado com a presença de camionetas nas celebrações do Dia do Trabalhador e acrescentou que a CGTP e o próprio governo acabaram por fazer “um mau serviço” aos trabalhadores.
Finalmente, Rui Rio comentou as notícias que dão como certa a redução das operações da TAP a partir do aeroporto do Porto, afirmando que, “se assim for, a TAP é uma empresa regional e não uma empresa nacional e, portanto, o Estado não tem que se preocupar com ela”.