07 mai, 2020 - 23:19 • Pedro Mesquita , Filipe d'Avillez
O primeiro-ministro reconhece que cometeu um erro com a TAP.
Quem o diz é Carlos Veiga Anjos, que coordenou a Comissão de Reestruturação da TAP.
António Costa garantiu, no debate quinzenal desta quinta-feira à tarde, que haja o que houver a TAP continuará a voar com as cores de Portugal.
O primeiro-ministro sublinhou, igualmente, que só haverá apoio à TAP com mais controlo, e com uma alteração da relação de poderes.
Com esta frase, diz Carlos Veiga Anjos, António Costa está a reconhecer um erro.
“Eu acho que sim, que é o reconhecimento de um erro. Desde que a TAP foi tomada maioritariamente pelo Estado português, com posição maioritária na estrutura acionista, isso devia ter correspondência no comando da empresa.”
“Não há ninguém que se meta numa empresa, sobretudo numa posição maioritária, se não tiver comando. E, portanto, acho que sim, que é o reconhecimento de que de facto meteu dinheiro na empresa, ou reestruturou a empresa, mas nunca mandou na empresa”, afirma.
Veiga Anjos diz que seria bom o Governo voltar a assumir o controlo efetivo da transportadora, mas não basta só mandar, é preciso mandar bem, porque se não houver boa gestão, não é possível a longo ou a médio prazo manter a atividade da empresa.
“O Governo tem uma posição maioritária na empresa, portanto o que isso significa é que estará disposto a meter na empresa o dinheiro que for necessário para a companhia continuar a voar, e a voar com as cores de Portugal.”
Para isso, contudo, é necessário ter capacidade financeira. E é aí que Veiga Anjos desconfia da capacidade do Governo.
“Não sei se tem. É capaz de não haver dinheiro para tantas coisas como o senhor primeiro-ministro tem anunciado por aí, mas ele deve ter elementos na mão que lhe permitem dizer isso”, conclui.
A TAP, como todas as companhias aéreas, está a passar a pior crise da sua história, por causa da pandemia de coronavírus, que obrigou à suspensão de praticamente todos os voos.