13 mai, 2020 - 10:20 • Susana Madureira Martins , com redação
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O ministro das Finanças, Mário Centeno, justificou, esta quarta-feira, no Parlamento, a injeção de capital ao Novo Banco. Mesmo antes de ser questionado, Centeno referiu que a transferência estava prevista no Orçamento do Estado e seria impensável não cumprir o que está contratado.
“O Estado não fez um empréstimo porque gosta”, sublinhou Mário Centeno, acrescentando que, caso o Governo não agisse, além de uma crise sanitária, Portugal ficaria também numa situação de crise bancária. “Deste modo, ficamos com a credibilidade que Portugal conquistou.”
Nesta intervenção inicial Centeno mostrou-se visivelmente irritado, mas não se referiu às alegadas falhas de comunicação dentro do Governo e que levaram o primeiro-ministro a pedir desculpas ao BE por não saber da realização de transferência de 850 milhões de euros para o Novo Banco, mas a isso foi forçado pelas questões do PSD, com o ministro a garantir que não foi feita nenhuma operação à revelia de António Costa.
“As resoluções não são assinadas na praia, à beira-mar, por telemóvel”, comentou num tom irónico.
Na sua intervenção garantiu aos deputados que já está a decorrer uma auditoria na sequência do mais recente empréstimo que decorreu a 6 de maio.
O ministro das Finanças falou longamente sobre a questão do Novo Banco na intervenção inicial na comissão, referindo que todas estas operações são auditadas por cinco entidades. Aproveitou para criticar a resolução bancária inicial do Governo PSD/CDS.
“Nenhuma destas instituições pode solucionar o problema original, que foi a mais desastrosa resolução bancária alguma vez feita na Europa”, declarou.
O ministro declarou estar contra o pagamento de bónus à administração do Novo Banco. Na audição, apelou ao bom senso e à empatia para que estes bónus, no valor de dois milhões de euros, não sejam pagos.
Nesta audição, o ministro fez ainda o balanço sobre a operação de reembolso do IRS. O Estado já reembolsou 538 milhões de euros aos contribuintes. Trata-se de 19% do total de reembolsos a cumprir.
De acordo com o Governo, o reembolso está a decorrer a um ritmo mais acelerado do que em 2019 (mais 10% de devoluções feitas).
Uma audição na sala do senado, no Parlamento, em que o ministro das Finanças ainda irá apresentar e responder a questões sobre o plano nacional de reformas e o programa de estabilidade.