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Esmagadora maioria das empresas diz que medidas do Governo não chegam

18 mai, 2020 - 18:42 • Sandra Afonso

Resultados do inquérito CIP e ISCTE. ​Quase metade das empresas estava parcial ou totalmente encerradas

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Quatro em cada cinco empresas dizem que as medidas do Governo estão aquém das necessidades. É o resultado de mais um inquérito da CIP e do ISCTE às associadas da Confederação Empresarial de Portugal, segundo o qual quase metade das empresas estava parcial ou totalmente encerradas, na última semana.

Segundo o presidente da CIP, António Saraiva, é urgente que o Governo agilize estes apoios, “as medidas têm que ser rápidas, de fácil acesso e eficazes e não têm sido rápidas, para se adaptarem à urgente necessidade das empresas, e têm encerrado uma complexidade e uma burocracia enorme para o seu acesso”.

Neste inquérito, que decorreu na semana anterior e contou com a resposta de 1.200 empresários, a maioria manifestou um regresso lento à atividade e uma forte prevalência do teletrabalho.

“Na semana passada 47% das empresas, quase metade das inquiridas, ainda estava parcial ou totalmente encerradas. Sobre o teletrabalho, que tem sido um instrumento de resposta a esta situação de exceção provocada pela Covid-19, de notar que a quase totalidade das empresas que têm a possibilidade de recorrer ao teletrabalho o estão a fazer”, acrescenta António Saraiva.

A generalidade das empresas concorda com as medidas que estão a ser impostas para proteção de trabalhadores e clientes, ainda que nem todas estejam a ser cumpridas com rigor.

“88% das empresas consideram, pelo menos, razoáveis as medidas definidas pelas autoridades de saúde para a reabertura dos estabelecimentos. A generalidade das empresas cumpre as normas em termos de higienização das mãos, utilização de máscaras e procedimentos sobre distâncias mínimas”, garante o presidente da CIP.

Segundo António Saraiva, “as empresas portuguesas estão comprometidas com a saúde pública e os empresários estão motivados com a recuperação da atividade em segurança”.

Os dados do último inquérito mostram que nem todas as medidas estão a ser adotadas com o mesmo rigor: 5% não disponibiliza a higienização das mãos a elementos externos à empresa, 7% não tem máscaras para trabalhadores com sinais suspeitos, 66% não regista diariamente a higienização e desinfeção, 13% não obrigou ao uso de máscaras nem criou barreiras físicas, 26% não incentivou os trabalhadores a medirem diariamente a temperatura, 10% não informou os trabalhadores sobre o que devem fazer em caso de sintomas (dirigirem-se à área de isolamento e contactar a Linha Saúde 24).

Em teleconferência, o presidente da CIP destacou ainda a adesão ao programa Adaptar, lançado na sexta-feira, com incentivos à segurança para micro, pequenas e médias empresas.

“No primeiro dia recebeu 5.000 visitas, de que resultaram mais de 1300 candidaturas”, sublinha António Saraiva.

Estes são dados que António Saraiva vai levar ao encontro de terça-feira, com o primeiro-ministro, assim como o novo Plano Extraordinário apresentado pela CIP, que visa a recapitalização das empresas, o reforço das linhas de crédito (já esgotadas) e dos seguros de crédito. A reunião com António Costa está marcada para as 15h00.

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