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Pandemia

Desemprego. Marcelo pede prolongamento do “lay-off”

20 mai, 2020 - 13:42 • Marta Grosso

Presidente da República considera que os números do desemprego em Portugal são limitados porque há muitos trabalhadores “em compasso de espera”. Na primeira refeição em desconfinamento, Marcelo diz também que “é preciso animar” o setor da restauração.

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“Se houver disponibilidade financeira, e o Governo o saberá, é de ponderar o prolongamento do ‘lay-off’”, afirmou nesta quarta-feira o Presidente da República.

À porta de um restaurante em Campolide (Lisboa), onde foi almoçar, Marcelo Rebelo de Sousa comentou os números do desemprego relativos a abril (mais 22% do que em igual período do ano passado), dizendo que, “é um valor muito contido por causa do ‘lay-off’”.

“Em termos globais, o número de desempregados é limitado, claramente inferior a 9%” e “era esperável”, afirmou, considerando que para tal contribuiu a “almofada amortecedora” do regime que permite que os trabalhadores trabalhem menos tempo e recebam menos também.

“São centenas de milhares de trabalhadores que não passaram ao desemprego e estão em compasso de espera”, afirmou o Presidente.

Marcelo Rebelo de Sousa foi almoçar fora pela primeira vez desde que começou o estado de emergência em Portugal, na sequência da pandemia de Covid-19. À entrada para o restaurante que marcou a sua época de estudante, sublinhou a importância de retomar a atividade económica, nomeadamente no setor da restauração.

“Aos poucos, com cautela, há que animá-la”, afirmou. “O período de encerramento foi muito longo; foi um esforço enorme para a restauração portuguesa”, admitiu ainda o chefe de Estado, adiantando que vai receber, nesta tarde, “a associação representativa da restauração e do comércio retalhista”.

IVA a 6% na restauração?

O Presidente não quis avançar com uma opinião concreta. “O senhor primeiro-ministro não se quis comprometer, não vai ser o Presidente da República que se vai comprometer”, afirmou.

Marcelo garante, contudo, que tem “acompanhado a par e passo o que o Governo faz” e que “tem havido uma sintonia muito grande entre primeiro-ministro, Presidente da República, Governo e líder da oposição – há que lhe dar uma palavra de agradecimento e elogio por saber colocar o interesse nacional em primeiro lugar - e de outros partidos da oposição”.

“Vai haver um orçamento suplementar e vamos ver até onde o Governo pode ir para criar incentivos à restauração, porque são muitos trabalhadores, muitos gerentes, é por todo o país e o arranque está a ser desigual”, sublinhou o chefe de Estado, exemplificando com as diferenças verificadas entre esplanadas e espaço fechado.

“Eu vou almoçar lá dentro”, acrescentou.

Esta segunda fase de desconfinamento vai ser avaliada daqui a uns dias e será com base nessa avaliação que serão tomadas decisões sobre futuras medidas, como, por exemplo, aliviar mais as restrições.

Tudo “para não darmos passos maiores do que a perna”.

“Que a recuperação seja mais rápida do que lenta”

A maneira como o país vai conseguir responder ao desafio da crise económica vai depender muito também dos comportamentos.

“Os números que se reportam aos primeiros dias de desconfinamento, embora limitado, são muito coerentes com a evolução seguida antes”, o que significa que “não teve resultados negativos”.

Isso permitiu que se mantivesse um “controlo nos internamentos e nos cuidados intensivos”, não causando “stress no Serviço Nacional de Saúde”, referiu ainda, destacando “a diminuição de casos infetados com o aumento do número de testes a que se tem assistido”.

“Vamos ver, no fim da próxima semana e na transição para junho, o resultado deste segundo passo que estamos a dar. Mas, pelo que tenho visto, os portugueses continuam a aderir a uma progressiva normalização da sua atividade, com cuidado. É isso mesmo que queremos”, sublinhou.

O objetivo agora é, “sem pôr em risco a vida e a saúde, minorar os efeitos negativos na economia e no emprego” – efeitos que já se sabia que vinham e que vão durar até 2022.

“É uma crise de anos, portanto”, disse Marcelo.

A evolução da situação em Portugal “vai depender muito, primeiro, do regresso à atividade económica, das exportações e da imagem de Portugal”, afirmou o Presidente adiantando “a boa notícia” de que “a dívida emitida hoje foi emitida a juro inferior à divida anterior”.

“Tudo somado ao projeto europeu, à capacidade de utilizar o dinheiro europeu que venha”, o que queremos é “que a recuperação seja mais rápida do que lenta.

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  • Raul Silva
    20 mai, 2020 Agualva - Cacém 14:38
    Por que não pagou uns almoços a uns desempregados e a uns sem-abrigo que tanto o preocupam ? Ajudava o proprietário do restaurante e os necessitados.

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