21 mai, 2020 - 12:25 • Sandra Afonso
O Novo Banco não quer ser "arma de arremesso político" e diz estar disponível para esclarecimentos sobre a gestão após a resolução do BES , mas recusa “continuar a assistir a constantes manobras que só prejudicam a sua atividade".
Esta é a reação banco liderado por António Ramalho, um dia depois de o primeiro-ministro ter anunciado, no parlamento, que o Fundo de Resolução “tem toda a legitimidade” para pedir a devolução do dinheiro injectado, se a auditoria à instituição concluir que houve má gestão.
Em comunicado, o conselho de administração do Novo Banco diz que “não aceita e lamenta profundamente que o bom nome da instituição continue a ser usado como arma de arremesso político e/ou manobras politico-mediaticas".
O Novo Banco sublinha ainda que é "seguramente uma das entidades bancárias mais escrutinadas, tanto a nível nacional como a nível europeu, fruto, aliás, do processo que lhe deu origem" e lembra que o CEO, António Ramalho, já "esteve, por várias vezes, no Parlamento a prestar todos os esclarecimentos que lhe foram solicitados".
Se "subsistem dúvidas sobre a criação e a forma como é gerido o Novo Banco, como transpareceu, uma vez mais, do debate parlamentar de ontem à tarde, os senhores deputados devem procurar, através de todas as iniciativas, e sublinhamos todas as iniciativas que estão nas suas atribuições, apurar tudo o que quiserem", acrescenta o comunicado.
Em causa estão as declarações de ontem de António Costa no debate quinzenal, em que, em resposta à coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, afirmou que "se a auditoria concluir que houve má gestão, o Fundo de Resolução tem toda a legitimidade para agir no sentido da recuperação do dinheiro que desembolsou e que não tinha de desembolsar". O primeiro-ministro acrescentou ainda que "sendo o fundo financiado pelos outros bancos, acredito que esses não estejam propriamente disponíveis para financiar a má gestão do Novo Banco".