02 jun, 2020 - 09:20 • Marta Grosso , Miguel Coelho (entrevista)
Veja também:
O presidente da Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas considera que os testes que começaram a ser feitos na segunda-feira a trabalhadores do setor na região de Lisboa e Vale do Tejo deveriam ser alargados a todo o país.
“Entendemos que este setor de atividade tem especificidades próprias, com mobilidade de pessoas”, o que “é preocupante”, afirma Manuel Reis Campos na Renascença, nesta terça-feira.
Considerando que os trabalhadores do setor têm cumprido as regras sanitárias, diz que a testagem que começou a ser feita “em alguma obras” da Grande Lisboa “é bem-vinda” e deveria “ter uma abrangência maior no país”.
“Entendemos que este setor deve ser acompanhado”, apesar de não ter havido “nenhum problema” desde março. “É um setor que tem trabalhado sempre. A atividade não parou e não tivemos, mesmo no caso de emergência, situações anormais”, sublinha.
O número de novos casos na região de Lisboa e Vale(...)
Há obras em todo o país e agora foram identificados alguns focos. “Não sei o que está a acontecer em Lisboa. Sei que há focos em obras, não é no setor”, diz Manuel Reis Campos.
“Vamos ver o que vem disto, mas tem a ver com trabalhadores que se movimentam de um lado para o outro e que vêm de diversos locais da periferia de Lisboa”, sublinha.
Os testes começaram a ser feitos na segunda-feira, não só a estes focos na construção civil como em cadeias de supermercados. “A qualquer momento, vamos ter os primeiros resultados”.
Na opinião do presidente da Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas, este é um dos setores que mais pode contribuir para a retoma económica do país.
“Não podemos ficar à margem da restante Europa. Temos de dar corpo aos investimentos prioritários, aquilo de que o país precisa – nas escolas, no clima, da reabilitação urbana”, exemplifica.
“Na questão do investimento público prioritário, cremos que a aposta neste setor pode ainda criar mais postos de trabalho”, finaliza.
"Neste momento, não temos situações epidemiológica(...)
O setor da construção civil foi um dos que nunca pararam durante o estado de emergência. Com 600 mil trabalhadores, as empresas do setor público e privado defenderam, desde o início, testes massivos à Covid-19.
Nas últimas semanas, na região de Lisboa e Vale do Tejo, já em plena fase de desconfinamento, foram identificadas pelo menos 140 pessoas infetadas, nomeadamente nos estaleiros da construção.
No programa As Três da Manhã, Manuel Reis Campos revela que a associação chegou a propor ao Governo um plano específico para garantir a segurança no setor da construção, proposta que ainda não teve resposta.