02 jun, 2020 - 15:22 • Liliana Monteiro
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O ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, mostra-se menos pessimista em relação ao impacto da Covid-19 no turismo, mas diz que é muito importante retomar as ligações com resto da Europa o mais depressa possível.
“Estamos menos pessimistas do que estávamos há um mês. Prevemos uma redução turística não tão significativa. É muito importante retomar ligações aéreas na Europa. O turismo no verão não vai ser só interno, mas também europeu”, declarou Pedro Siza Vieira, na comissão parlamentar de Economia.
O governante não hesitou em dizer que acredita que “Portugal está no radar dos turistas europeus, até por causa das condições sanitárias que deixaram uma imagem positiva do país”.
Explicou que o Governo está a postar numa campanha internacional baseada em três vetores: “open for business”, destino seguro (com um sistema de saúde robusto) e prontos para receber turistas.
Em curso estão reuniões “Estado a Estado-membro para estabelecimento de corredores aéreos. Temos discussões adiantadas com a União Europeia e em particular Alemanha e Reino Unido para reforçar medidas de acolhimento nos aeroportos e não só”.
Apostado em pensar num plano de recuperação do turismo, o ministro garante que, “primeiro, estamos na fase de conquistar o mais possível”.
“Estou convencido, e a indústria também, que Portugal vai recuperar credibilidade. No ano passado recebemos 27 milhões de visitantes estrangeiros e é claro que sabemos que não os vamos receber este ano e se calhar nem no próximo”, referiu.
O governante acredita que na segunda quinzena de junho as restrições aos voos dentro da união sejam levantadas.
“É errado” ver o turismo como salvação da recuperação económica
Foi depois de pedir mais tempo à Comissão de Economia que o ministro Siza Vieira quis deixar claro e desmistificar uma ideia que considera errada: “o turismo foi muito importante como contribuinte para o crescimento económico do país nos últimos tempos, mas é redutor e errado entender que a recuperação económica dos últimos anos se deve exclusivamente ao turismo”.
Para Siza Vieira, “o crescimento grande das exportações e a competitividade na indústria transformadora, os serviços tecnológicos, a exportação de serviços de valor acrescentado são também eles muito responsáveis pela diversificação da economia. Querer fazer reconduzir o esforço dos portugueses a uma dependência do turismo é errado”.
O ministro sublinhou, no entanto, que tal como para outras actividades também o Turismo “vai ser particularmente apoiado neste contexto e há linhas de crédito dirigidas ao setor e ferramentas de capital para estas empresas”.
O reforço das linhas de crédito para o turismo vai ser uma realidade, assim como outros apoios para que as empresas possam adaptar-se às novas medidas sanitárias.
O ministro da Economia sublinha que a aposta passa por trabalhar do lado da oferta, mas também da procura.