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​Governo pede segunda auditoria ao Novo Banco, antes mesmo de conhecer a primeira

26 jun, 2020 - 16:09 • Sandra Afonso

As contas da instituição vão ser novamente analisadas, mais uma vez pela Deloitte, no âmbito da última injeção de capitais estatais. Este trabalho é independente da auditoria em curso aos atos de gestão do BES/Novo Banco entre 2000 e 2018, cujos resultados deverão ser conhecidos em julho.

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O Governo vai pedir uma segunda auditoria ao Novo Banco, antes mesmo de conhecer a primeira

As contas da instituição vão ser novamente analisadas, mais uma vez pela Deloitte, no âmbito da última injeção de capitais estatais.

Segundo fonte do Ministério das Finanças, citada pela agência Lusa, após o Fundo de Resolução ter entregue 1.035 milhões de euros ao Novo Banco, em maio, foi "imediatamente dado cumprimento ao procedimento previsto na lei para a realização de nova auditoria especial".

Depois dos necessários pedidos ao Banco de Portugal, foi comunicado a 2 de junho à Deloitte e ao Novo Banco a realização da auditoria especial. Este trabalho é independente da auditoria em curso aos atos de gestão do BES/Novo Banco entre 2000 e 2018 (ou seja, antes e depois da resolução do BES e criação do Novo Banco), cujas conclusões deverão ser conhecidas em julho.

O desentendimento público entre o primeiro-ministro, António Costa, o então ministro das Finanças, Mário Centeno, e o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, teve por base esta auditoria que se espera seja conhecida no próximo mês. Na altura, o chefe do Governo defendeu que a injeção do Novo Banco só seria feita depois de conhecidos os resultados da Deloitte, mas a injeção de capital já tinha sido feita.

O Novo Banco foi vendido em outubro de 2017 ao fundo de investimento norte-americano Lone Star, mas o Fundo de Resolução bancário mantém 25%, uma solução acordada entre o Banco de Portugal e o Governo.

Por este negócio o Lone Star injectou 1.000 milhões de euros no Novo Banco e incluiu o mecanismo de capital contingente, que prevê compensações durante oito anos do Fundo de Resolução ao Novo Banco por perdas de capital herdadas do BES, até 3.890 milhões de euros.

Até hoje, o Fundo de Resolução já injetou 2.976 milhões de euros, restam pouco mais de 900 milhões de euros. Todo este capital mexe com as contas públicas, porque o Fundo de Resolução está na esfera do Estado.

Na última entrevista que deu António Ramalho, presidente do Novo Banco, já antecipou que ainda para as contas deste ano será necessário mais dinheiro do Fundo de Resolução, devido ao impacto da covid-19.

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