03 jul, 2020 - 10:52 • Redação com Lusa
O processo de reestruturação da TAP "não vai ser isento de dor" e inclui saídas de trabalhadores. O alerta foi deixado por Miguel Frasquilho, presidente do conselho de administração, em entrevista à Antena 1, onde sublinhou que a companhia não será um Novo Banco.
"Os despedimentos não são inevitáveis. Agora deixe-me dizer que é um processo [de reestruturação] que não vai ser isento de dor, de sacríficos, mas sacrifícios que já estão aí, desde abril temos larga parte dos colaboradores em lay-off", disse.
Tal como já tinha sido noticiado, a TAP durante a pandemia dispensou mais de mil trabalhadores, que tinham contratos a termo, e não foram renovados.
Segundo Frasquilho, os sindicatos estão "muito conscientes" do momento difícil da empresa e dos "sacríficos" que terão de ser feitos, mas disse que tanto saídas de trabalhadores como reduções de frota só serão definidas no plano de reestruturação que será elaborado nos próximos seis meses.
Questionado sobre se a TAP será um Novo Banco, tendo em conta as constantes injeções de dinheiro público naquele banco, o gestor afirmou que não vê razões para isso: "Não vejo por que tenha isso de acontecer".
Sobre se a injeção de até 1.200 milhões de euros é suficiente, considerou que os tempos são incertos, mas que "à data de hoje esse montante parece ser adequado para que a TAP possa viver este período e ultrapassá-lo".
O Governo anunciou na quinta-feira que chegou a acordo com os acionistas privados da TAP, ficando com 72,5% do capital da companhia aérea, por 55 milhões de euros, com a aquisição da participação (de 22,5%) até agora detida por David Neeleman. O empresário Humberto Pedrosa detém 22,5% e os trabalhadores os restantes 5%.
O executivo esclareceu que a Atlantic Gateway passa a ser controlada por apenas um dos acionistas que compunha o consórcio, designadamente o português Humberto Pedrosa, dono do grupo Barraqueiro.
O dono da companhia aérea Azul, David Neeleman, sai da estrutura acionista da TAP.
Explicador
Estado passa a dominar mais de dois terços da TAP (...)