11 ago, 2020 - 10:18 • Redação
A empresária angolana Isabel dos Santos anunciou que vai deixar o seu lugar na administração da operadora de telecomunicações Unitel.
“Após 20 anos dedicados à criação, ao desenvolvimento e ao sucesso da Unitel, optei por deixar o cargo de membro do conselho de administração da empresa”, disse Isabel dos Santos num comunicado enviado à redação.
A empresária que controla a Vidatel, detentora de 25% da empresa, explica que a sua decisão se prende com “o clima de conflito permanente” que se instalou no conselho de administração da empresa, que tem como principal acionista a petrolífera estatal Sonangol.
“Como engenheira angolana, e como uma das fundadoras da empresa, tenho a honra e o orgulho de ter construído uma das primeiras redes de telecomunicações em Angola e de ter participado no desenvolvimento desta empresa, que muito contribuiu para a modernização e reconstrução do meu país, aproximando todos os angolanos de Cabinda ao Cunene e oferecendo-lhes uma janela no mundo”.
No mesmo texto, a empresária afirma que vai continuar a apoiar a Unitel “a fim de contribuir para o sucesso da nossa visão e do nosso projeto de desenvolvimento de futuro”.
Remata, dizendo que “em nome do futuro de Angola, eu e as empresas que dirijo estaremos sempre ao lado do progresso, da economia e da criação de empregos e oportunidades para jovens angolanos”.
Isabel dos Santos é visada, em Angola, em processos criminais e cíveis em que o Estado angolano reclama mais de cinco mil milhões de dólares (4,4 mil milhões de euros).
A empresária viu também as suas contas bancárias e participações sociais serem arrestadas em Portugal e em Angola.
Isabel dos Santos tem sempre afirmado a sua inocência, acusando a justiça angolana de forjar provas, e diz ser vítima de perseguição política.