11 ago, 2020 - 07:07 • Ana Carrilho
Dois terços dos cerca de 500 administradores executivos que participaram no estudo da consultora Accenture mostram-se otimistas e acreditam na rápida recuperação do mercado europeu, depois da crise provocada pela pandemia de Covid-19.
Dos representantes de empresas europeias, da América e da região Ásia-Pacífico,
29% consideram que a recuperação vai ser rápida e 37% esperam que seja mais lenta, mas que se mantenha constante nos próximos 12 meses.
Entre os 15 setores representados, o que se mostra mais otimista é o da saúde, seguido das comunicações, media e entretenimento e, ainda, dos seguros.
Entre os menos otimistas estão os gestores de empresas nos setores automóvel, aviação, turismo e transportes.
Uns países podem recuperar mais depressa do que outros. Segundo o relatório “Bold Moves in Tough Times”, a recuperação poderá ser mais veloz nas economias alemã, nórdica e britânica, seguidas pela francesa, a espanhola e a italiana.
Entre os inquiridos, quatro em cada dez considera que as empresas europeias poderão tornar-se mais competitivas do que eram antes da crise pandémica face às congéneres norte-americanas e chinesas.
Um otimismo que, na opinião do CEO da Accenture Europa, Jean-Marc Ollagnier, dá às empresas europeias a possibilidade de reforçar a sua liderança e de reduzir a distância em relação aos seus concorrentes americanos e asiáticos.
Entre os poucos Estados que viram os números cair (...)
Na sua opinião, “o maior risco é de que os líderes empresariais europeus confiem demasiado no apoio do governo, permaneçam na defensiva e não invistam na inovação”.
A cautela excessiva na forma como se preparam para a recuperação económica pós-pandemia é um risco detetado pelo estudo: mais de metade dos entrevistados assumiram a redução dos investimentos em inovação e investimento insuficiente no futuro dos seus negócios.
Para aumentar a competitividade, o relatório da consultora recomenda a aceleração do ritmo da transformação digital, cujos benefícios ficaram provados durante a pandemia, em que a maior parte das empresas teve os seus funcionários em teletrabalho.
Em confinamento, os consumidores repensaram as suas compras, tornaram-se mais responsáveis e mudaram os hábitos, com o recurso aos canais online. O que já leva quase dois terços dos inquiridos a identificar a oportunidade de se desenvolverem hábitos de compra cada vez mais orientados por critérios sociais e ambientais.
Finalmente, o estudo “Bold Moves in Tough Times” defende que as empresas devem aproveitar a tecnologia para acelerar e reinventar o setor industrial.
Mais de 30% dos gestores europeus inquiridos assumiram que já estão a planear o investimento em transformação digital – uma percentagem superior à dos americanos e asiáticos, o que, na opinião da Accenture, é uma oportunidade para as empresas europeias assumirem a liderança no setor industrial.