01 set, 2020 - 19:12 • Tiago Palma , Liliana Monteiro
A Procuradoria-Geral da República confirmou esta terça-feira à tarde à Renascença que já recebeu do Ministério das Finanças o relatório da auditoria externa ao Banco Espírito Santo e ao Novo Banco.
O relatório, elaborado pela empresa de auditoria Deloitte, analisou atos de gestão no Banco Espírito Santo e no Novo Banco, desde 1 de janeiro de 2000 até 31 de dezembro de 2018, e incidiu sobre "283 operações que integram o objeto da auditoria, abrangendo, portanto, quer o período de atividade do Banco Espírito Santo, quer o período de atividade do Novo Banco".
Este conjunto de operações originaram perdas de 4.042 milhões de euros para o Novo Banco entre 4 de agosto de 2014 (um dia após a resolução do BES) e 31 de dezembro de 2018, segundo um comunicado divulgado esta madrugada pelo Ministério das Finanças.
Devido à grande abrangência temporal, "que incide sobre um período muito alargado da atividade do Banco Espírito Santo até 2014 relativamente ao qual estão em curso processos criminais, e à necessidade de salvaguarda dos interesses financeiros do Estado, o relatório será remetido pelo Governo à Procuradoria-Geral da República considerando as competências constitucionais e legais do Ministério Público", indicou o comunicado do Ministério tutelado por João Leão.
A Procuradoria-Geral da República garante agora que o relatório “será alvo de análise e sequência no âmbito das competências do Departamento Central de Contencioso do Estado e Interesses Coletivos e Difusos e do Departamento Central de Investigação e Ação Penal”.
Além da Procuradoria-Geral, o Governo indicou ainda ter remetido o relatório à Assembleia da República, bem como ao Banco Central Europeu, ao Banco de Portugal, ao Fundo de Resolução, à Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões e à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários.