08 set, 2020 - 15:38
O Novo Banco negou, esta terça-feira, qualquer chumbo da operação de venda de carteiras de ativos por parte do seu departamento de 'compliance', negando, igualmente, que tal facto não tenha sido comunicado ao Fundo de Resolução.
O banco desmente, assim, a notícia desta terça-feira, que dava conta de que o departamento de 'compliance' do banco tinha desaconselhado duas vezes a venda de ativos envolvendo a sociedade Alantra.
Segundo a notícia avançada pelo jornal "Público", tal "chumbo" só teria sido reportado ao Fundo de Resolução no passado mês de junho, quase dois anos depois.
"Ao contrário do que o Público sustenta, a operação teve a aprovação por todos os órgãos do Banco e pelo Fundo de Resolução, não tendo havido qualquer chumbo da operação", é dito.
Em comunicado enviado às redações, o Novo Banco adianta que "o departamento de compliance não chumbou a operação, muito menos duas vezes", acusando o jornal de "fazer um título falso sobre o Novo Banco que importa desmentir" e garantindo que o "conteúdo do artigo enferma igualmente de várias mentiras".
No relatório, a auditoria revela ainda que não conseguiu confirmar ou excluir eventuais ligações entre os compradores das carteiras de ativos do Novo Banco e sociedades próximas do próprio banco ou da Lone Star (o fundo norte-americano dono de 75% do Novo Banco).
Entre os diversos clientes da Alantra encontra-se a "Oitante, sociedade sobre a tutela do Fundo de Resolução, e a Parvalorem, sociedade sob a tutela do Estado Português”, acrescenta o Banco. No parecer do Banco, “não existe qualquer crítica a qualquer operação não reportada ao Fundo de Resolução como falsamente o Público refere a sua primeira página”.
Sob a escolha da Alantra para assessorar as vendas, é dito que “o conselho de administração executivo decidiu contratar a Alantra Espanha com expressa proibição de ser envolvida a equipa portuguesa”, sublinhando que essa “divergência" não foi referida por considerar "um detalhe sem especial relevância e que é reportada na Auditoria Especial”.
O Novo Banco, que ficou com parte da atividade bancária do BES na sequência da resolução de 2014, foi vendido em 2017 ao fundo norte-americano Lone Star, que detém 75% do seu capital, sendo os restantes 25% propriedade do Fundo de Resolução bancário, entidade gerida pelo Banco de Portugal.