03 dez, 2020 - 15:05 • João Carlos Malta
Abril foi um mês terrível para toda a economia, e com grande parte do mundo confinado também para as empresas de transporte de pessoas como a Bolt não havia clientes para servir. “Foram das piores semanas que este negócio já viveu”, disse o CEO da Bolt, Markus Villig, durante a intervenção na Web Summit 2020. Os proveitos caíram 85%. Mas rapidamente as plataformas se adaptaram aos novos tempos, e em setembro baterem recordes de faturação sem precedentes.
“Desde abril, tem sido fenomenal. Em setembro tivemos um recorde global, o negócio de entrega de comida cresceu muito e está a correr muito bem, com aumentos de 20 a 30% por mês”, concretiza Villig.
Markus diz que a empresa que lidera foi beneficiada por, desde o início, ter sido pensada para ser eficiente em termos de rentabilidade. “Isso foi muito importante durante a pandemia, o facto de sermos uma empresa muito eficiente ajudou-nos muito”, avança.
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Neste período, a Bolt duplicou a sua percentagem da quota de mercado que detém na Europa. O mês de agosto e de setembro tiveram até crescimentos homólogos de 30%.
Um ponto fundamental na recuperação da Bolt foi o de ter conseguido retomar a confiança dos clientes. Isso foi alcançado através da adoção de estratégias de segurança sanitária. Este CEO garante que desde o início fizeram um esforço para conseguir melhorar a experiência dos motoristas e dos passageiros.
O uso de máscara primeiro, e depois o acrílico colocado nas viaturas para separar os clientes do condutor, foram passos fundamentais. O que se assistiu foi um crescimento de clientes a optar por carros que tinham essa separação.
“Tudo isto resultou muito bem e vemos os clientes a usar mais estes carros do que os outros. E quando os outros motoristas os começaram a aplicar, começaram a fazer mais dinheiro”, relatou.
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Este empresário revela ainda que para a recuperação do negócio concorreu o facto de os passageiros preferirem esta forma de transporte a autocarros e metros, meios em que há sempre mais pessoas.
Outra modalidade que cresceu imenso foi o das bicicletas, e toda a área da micromobilidade, porque “as pessoas vão isoladas e não necessitam de cruzar com mais mais ninguém.”
Em relação à forma como a empresa se adaptou a uma nova lógica de funcionamento, Markus afirma que foi relativamente fácil uma vez que por estar presente em 40 países, muitos dos departamentos já estavam a habituadas a trabalhar de forma remota e com muitas reuniões virtuais.
Ainda assim, e apesar de terem dado opção de escolha aos funcionários, este CEO pensa que o trabalho voltará a ser presencial até porque, defende, é assim que é mais eficiente.