09 dez, 2020 - 11:58 • Marta Grosso com redação
A Polónia e a Hungria chegaram a acordo com a Alemanha para desbloquear o orçamento da União Europeia e o plano de estímulo à economia. O anúncio foi feito pelo vice-primeiro-ministro polaco nesta quarta-feira.
O acordo abre caminho à aprovação do orçamento plurianual 2021-2027 de 1,08 biliões de euros, e do Fundo de Recuperação pós-pandemia que lhe está associado, no valor de 750 mil milhões.
A Alemanha detém atualmente a presidência da União Europeia. O anúncio feito pelo vice-primeiro-ministro Jaroslaw Gowin, na véspera do Conselho Europeu, garante que Varsóvia, Budapeste e Berlim alinharam posições para um acordo político.
O acordo será agora apresentado aos restantes líderes europeus, na quinta-feira, e poderá ser finalizado até sexta-feira, no final da cimeira em Bruxelas.
“Por enquanto, temos um acordo entre Varsóvia, Budapeste e Berlim”, afirmou Gowin aos jornalistas, em Varsóvia. “Acredito que este acordo incluirá também as 24 capitais europeias restantes”, acrescentou.
Jaroslaw Gowin tem sido um grande defensor do acordo e do abandono da ameaça de veto. Nas declarações aos jornalistas, recusou entrar em pormenores sobre o acordo, mas adiantou que “a Polónia mantém a soberania”.
Ministro Augusto Santos Silva afirma que plano de (...)
Na base do impasse estava a rejeição da parte de Varsóvia e de Budapeste ao facto de os apoios financeiros estarem vinculados a padrões democráticos.
Segundo a agência Bloomberg, o acordo desta quarta-feira já foi confirmado por um funcionário húngaro próximo das negociações.
Apesar do avanço, o eurodeputado social-democrata Paulo Rangel recebe a notícia com prudência. À Renascença, diz esperar que o Conselho Europeu possa desbloquear o impasse nos próximos dois dias.
Já o deputado do PS José Luís Carneiro considera que, a confirmar-se, a Europa está de novo no trilho certo. José Luís Carneiro e Paulo Rangel reagiram à notícia no programa Casa Comum, emitido nesta quarta-feira às 13h00.
Está prevista a libertação de 1,8 biliões de euros em fundos comunitários para distribuir entre os 27 Estados-membros.