29 dez, 2020 - 11:10 • Redação
Ramiro Sequeira, com a passagem a CEO interino da TAP, passou a auferir 35 mil euros brutos por mês. Um valor que é quase o dobro do que o gestor ganhava no cargo anterior de Chief Operating Officer (COO). A notícia foi avançada pelo jornal económico ECO.
Ainda assim, e mesmo com este aumento, Sequeira fica abaixo da remuneração do antecessor Antonoaldo Neves.
O mesmo jornal avança que o aumento foi decidido em outubro pela Comissão de Vencimentos da TAP, onde o Estado não está representado, e começa a ser pago agora. No entanto, o ECO noticia que o Governo teve conhecimento do aval às alterações.
"A TAP ou é reestruturada ou não vai sobreviver, n(...)
Mas o CEO interino não foi o único a receber um aumento. Também Miguel Frasquilho, presidente do conselho de administração da TAP SA e da TAP SGPS, passou a ganhar 13,5 mil euros brutos por mês (14 vezes ao ano) face aos anteriores 12 mil euros.
Neste caso, a revisão estará relacionada com novas funções assumidas na Portugália e na TAP SGPS, devido à saída de Humberto Pedrosa.
Há ainda Alexandra Vieira Reis, que já era diretora da TAP e auferia14 mil euros mensais (12 mil euros fixos a que acresce um complemento salarial de dois mil euros). A entrada na comissão executiva valeu-lhe uma atualização salarial, com a sua quase duplicação, para os 25 mil euros por mês.
Esta revisão foi feita antes de o Governo enviar a Bruxelas a proposta de plano de reestruturação da TAP, que é condição para o apoio público à companhia aérea. Omesma prevê que os trabalhadores da TAP terão reduções salariais de 25%, no âmbito do plano de reestruturação, ficando isentas de corte as remunerações base até 900 euros.
Governo apresentou plano de reestruturação aos par(...)
Nas interpelação que coloca ao Governo, os bloquistas afirmam que "não é demais lembrar que o plano de reestruturação da empresa proposto pelo Governo é duríssimo no que toca ao número de despedimentos e prevê, também, uma redução salarial significativa, que na altura foi apresentada como sendo transversal a toda a companhia". "No entanto, o aumento de salários desta monta no Conselho de Administração vem contrariar essa decisão", acrescentam.
Segundo o BE, "não é compreensível ou aceitável" que se estejam a prever cerca de 2000 despedimentos e reduções salariais de 25% aos trabalhadores e, ao mesmo tempo, se decidam subidas salariais na administração.
"O plano que está a ser imposto aos trabalhadores terá consequências sociais altamente prejudiciais para milhares de trabalhadores e respetivas famílias, sem referir que a empresa corre o risco de ficar diminuída a tal ponto que possa vir a ter muita dificuldade no momento de retoma da sua atividade", conclui o Bloco.