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Covid-19

Da restauração à pesca. Fim de ano cancelado no Algarve

30 dez, 2020 - 13:05 • Gastão Costa Nunes

Muitos restaurantes apostam no take away, uma vez que mesmo os jantares estão condicionados. “Uma pessoa não vem para uma passagem de ano para comer à pressa e ter de sair a correr”, diz um empresário.

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Apanhados desprevenidos pelas medidas mais restritivas definidas pelo Governo para o fim de ano, os empresários da restauração algarvios lamentam não poder faturar como previam nesta altura do ano.

As encomendas e a animação foram canceladas e a aposta passa, para muitos, no take away, para minimizar os efeitos das perdas.

"Vamos estar abertos no dia 31, como já estava previsto. Neste momento, estamos a apostar mais no take away, porque é onde podemos ir buscar mais alguma coisa. As pessoas vão ficar em casa e estamos a tentar direcioná-las para poderem vir buscar comida aos restaurantes e não cozinhar tanto em casa", diz Miguel Fernandes à Renascença.

Este empresário tem, com os sócios, três restaurantes na parte central do Algarve.

Na zona de Almancil, onde a maioria dos turistas é estrangeira, a passagem de ano também foi cancelada.

“Almancil, Quinta do Lago, Vale do Lobo trabalha muito com os estrangeiros, inclusive na passagem de ano, e já tínhamos muitas reservas que foram canceladas”, afirma.

E só jantar? “Poderíamos abrir à noite, ao jantar. Em casas com 60 lugares, como esta, em duas horas não temos capacidade para servir tanta gente ao mesmo tempo”, explica.

“Vai ser complicado chegarem todas às 20h00 ou às 20h30 e de repente serem todas servidas. Uma pessoa não vem para uma passagem de ano para comer à pressa e ter de sair a correr”, remata.

Onde a festa estava anunciada e parte da cobrança já tinha sido feita, teve de haver devolução.

“Já tinham encomendas, já tinham músicos contratados, já tinham pessoas até para animar o próprio estabelecimento e já tinham recebido um valor de adiantamento para a passagem de ano, que tiveram de devolver”, conta Miguel Fernandes.

Sem festa de fim de ano nos restaurantes, o setor das pescas também sofre. “O pescado nobre, nomeadamente os crustáceos, o tamboril, o robalo, aquele peixe grosso deixou de ter saída. Deixou de ter procura, deixou de ter saída”, diz Miguel Cardoso, da Olhãopesca, à Renascença.

“E houve muitas embarcações destas, nomeadamente barcos de pesca do arrasto fundo, embarcações de pesca dirigida ao tamboril, por aí fora, que tiveram de parar”, acrescenta.

Furou-se, assim, o balão de oxigénio com que muitos empresários da restauração e profissionais de setores associados contavam para reduzir os efeitos económicos nefastos da crise pandémica.

Depois de um alívio das restrições na altura do Natal, as medidas de contenção da pandemia de Covid-19 voltam a intensificar-se nesta altura. O recolher obrigatório vigora a partir das 23h00 de dia 31 e a partir das 13h00 dos dias 1, 2 e 3.

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