18 jan, 2021 - 17:32 • Lusa
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Perto de 40% das empresas consideram insuficientes as novas medidas para travar a pandemia de Covid-19, enquanto 30% defendem que estas são adequadas, divulgou esta segunda-feira a Confederação Empresarial de Portugal (CIP).
De acordo com o novo inquérito desenvolvido pela CIP com o Marketing FutureCast Lab do ISCTE, 21% dos inquiridos referiram que as medidas são demasiado restritivas e 12% não têm opinião formada sobre este tema.
Por sua vez, 83% das empresas considerou, na semana de 11 de janeiro, que os programas de apoio do Estado estão “aquém ou muito aquém” do que necessitam, enquanto 16% defendem que “estão à altura das dificuldades” e 1% que “superam as expectativas”, percentagens em linha com as verificadas no último inquérito.
“A avaliação que as empresas fazem dos apoios do Estado mantém-se muito negativa, com quatro em cada cinco empresários a considerarem que estão aquém ou muito aquém do que seria necessário”, destacou o vice-presidente da CIP, durante a apresentação dos resultados do inquérito.
No entanto, Rafael Campos Pereira afirmou que esta realidade parece evidente até para o Governo, uma vez, “à medida que o tempo vai passando”, acolhe as propostas da CIP.
“A crise só não é incomensuravelmente maior porque as empresas estão a fazer um grande esforço para cumprir as suas obrigações”, concluiu.
Já o número de empresas que pediu financiamento bancário manteve-se, no período de referência, em 46%, sendo que o número das que receberam este financiamento desceu de 11% para 9%.
Na semana de 11 de janeiro, o número de empresas que responderam a este inquérito e que se encontravam em pleno funcionamento baixou de 87% para 85%, as fechadas mantiveram-se nos 2% e as parcialmente encerradas subiram de 11% para 13%.
O número de empresas que aumentaram os prazos de pagamento aos fornecedores progrediu de 18% para 22% em dezembro do ano anterior.
Em dezembro, verificou-se uma queda de vendas e prestação de serviços em todos os tipos de empresa, destacando-se as micro empresas, com 63% a afirmarem que estas diminuíram.
No que concerne às encomendas em carteira, 40% revelaram que diminuíram, 26% mantiveram e 8% aumentaram.
“Face a 01 de dezembro, o valor da diminuição aumentou de 37% para 40%”, revelou.
As expectativas de vendas das empresas para o primeiro trimestre de 2021 é negativa, em comparação com o período homólogo, com 51% a esperarem uma diminuição.
“Esta perspetiva negativa é sobretudo verificada nas micro empresas com 60% a esperar um comportamento negativo das suas vendas. Nas grandes empresas a expectativa de crescimento é verificada em 24% das empresas, mas há um claro decréscimo face ao mês anterior”, adiantou.
O número de empresas que espera diminuir o número de trabalhadores fixou-se em 18%, enquanto 8% pretendem aumentar nos primeiros três meses de 2021.
Por tipologia, nas médias empresas existe uma expectativa de manutenção do número de postos de trabalho e nas grandes, pequenas e micro empresas uma perspetiva de redução.
Para a realização desta análise foi considerada uma amostra de 735 empresas, num universo de 150 mil, com um erro amostral máximo de cerca de 3,7% para um intervalo de confiança de 95%.
Por setor, a indústria e a energia tiveram o maior peso (38%), embora inferior ao mês anterior (50%).
A amostra é constituída em 77% por micro e pequenas empresas, acima dos 71% registados no mês anterior.
As empresas de média dimensão representam 18% da amostra e as grandes empresas 5%.
Na sexta-feira, as empresas de restauração, bares e cafés voltaram a fechar as portas, funcionando apenas com ‘take-away’ e entregas ao domicílio.
O dever de recolhimento entrou, novamente, em vigor e o teletrabalho passou a obrigatório, com coimas agravadas.
A pandemia de Covid-19 provocou, pelo menos, 2.031.048 mortos resultantes de mais de 94,9 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 9.028 pessoas dos 556.503 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.