04 fev, 2021 - 15:58 • Sandra Afonso
Quase 105 milhões de euros foi quanto o BPI arrecadou em 2020, o que representa uma quebra de 68% nos lucros do banco, foi anunciado esta quinta-feira.
O CEO do banco, João Pedro Oliveira e Costa, defende que “são bons resultados, tanto em termos quantitativos e qualitativos”.
É verdade que a instituição registou uma quebra de quase 70% face a 2019, mas o último ano foi “totalmente inesperado”.
O BPI explica, em comunicado, que grande parte desta queda com a constituição de 151 milhões de euros de imparidades de crédito líquidas. Destas, 97 milhões são para “para prevenir potenciais impactos da pandemia”.
No final de dezembro, a instituição tinha cerca de 97,5 mil moratórias concedidas a famílias e empresas, uma medida que suspende temporariamente o pagamento das prestações. Este valor representa uma descida de mais de 11 mil operações, face a setembro.
No total, o banco tem cerca de 5,6 mil milhões de euros de crédito abrangidos por esta medida, são menos 500 milhões de euros do que em setembro.
No crédito à habitação, as moratórias chegam a 2.495 milhões de euros, enquanto no crédito às empresas atingiam os 2.792 milhões de euros. O valor mais baixo é o das moratórias no crédito pessoal e financiamento automóvel, que totalizavam 333 milhões de euros.
Estas moratórias, no regime privado, foram descontinuadas há três meses. Já no regime público ainda é possível aderir à medida, que foi recuperada no início deste ano, face à nova vaga da pandemia.
Ao contrário de outros bancos, que têm em curso planos de reestruturação com diminuição dos recursos humanos, o CEO garantiu hoje em conferência de imprensa que não há nada previsto nesse sentido.
Ainda assim, o banco terminou 2020 com menos 218 colaboradores, eram 4622 no final de dezembro. Só no último trimestre o BPI registou 147 reformas antecipadas e rescisões voluntárias, com um custo não recorrente de 25 milhões de euros.
O BPI tem agora também menos 55 agências, face ao ano anterior. A rede de distribuição totalizava no final do ano 422 unidades comerciais.
A administração anunciou ainda que conta distribuir dividendos, em setembro de 2021 - 15% do resultado individual de 2020 -, são 13 milhões para o CaixaBank, segundo João Pedro Oliveira e Costa, em conformidade com as recomendações do BCE.
Está ainda nos planos a venda de malparado. Em janeiro já foi alienada uma carteira de 300 milhões de euros.