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Ajuda à TAP terá "impacto positivo na economia 2 a 3 vezes superior"

23 fev, 2021 - 14:54 • Lusa

Previsão foi avançada no Parlamento pelo presidente do Conselho de Administração da TAP. Miguel Frasquilho alerta que deixar cair a companhia aérea "teria um custo fortíssimo para a nossa economia".

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A ajuda pública à TAP estimada até 2024 terá um impacto positivo na economia cerca de duas a três vezes superior até 2030, afirma o presidente do Conselho de Administração da companhia aérea, Miguel Frasquilho.

"A ajuda pública estimada até 2024 terá um impacto positivo na economia cerca de duas a três vezes superior até 2030, portanto, é um impacto positivo muito forte, que se verificará em todas as vertentes", disse esta terça-feira o gestor, no Parlamento.

Miguel Frasquilho falava na comissão parlamentar de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação, no âmbito dos requerimentos apresentados pelo PSD e pela Iniciativa Liberal.

"A opção de deixar cair a TAP teria um custo fortíssimo para a nossa economia. [...] Aquilo de que a TAP necessita até 2024 e o retorno que será gerado para a economia será muitíssimo superior a esse investimento que já está a ser feito pelos portugueses", reiterou.

Miguel Frasquilho sublinhou, porém, que este não é “um exercício de otimismo”, mas apenas a comparação entre “um cenário em que há TAP e um cenário em que não há TAP” e as consequências na economia.

“Isto não é otimismo, isto é a constatação do peso e do impacto positivo que a TAP tem na economia e porque é que, do nosso ponto de vista, faz sentido o investimento que se está a fazer na TAP”, afirmou.

O presidente do CA disse que as necessidades de financiamento da companhia aérea até 2024 “são avultadas”, mas deverão decrescer todos os anos, até ao fim da reestruturação, o que deverá acontecer já em 2021, face a 2020.

Relativamente às negociações com a Comissão Europeia, Miguel Frasquilho esclareceu que esse processo está a ser liderado pelo Governo português, embora a TAP tenha estado presente em algumas reuniões.


“Há uma preocupação grande de Bruxelas, no que toca ao momento que o setor da aviação atravessa, mas há também uma postura, eu diria, bastante construtiva que temos sentido por parte da Comissão Europeia”, relativamente ao plano que foi apresentado em dezembro.

O responsável explicou também que está previsto que a Comissão Europeia possa continuar “a acompanhar” a TAP, depois de 2024, embora de um ponto de vista “mais macro”.

“A TAP tem de se preparar ao longo dos próximos anos para ser uma empresa sustentável e rentável, ao contrário do que aconteceu na maior parte dos anos da sua história”.

“Sacrifícios muitos significativos” aos trabalhadores

O presidente do Conselho de Administração reconhece que o plano de reestruturação da companhia exige “sacrifícios muitos significativos” aos trabalhadores, mas também um “grande esforço coletivo” dos portugueses num momento económico difícil.

“Os sacrifícios pedidos a todos, incluindo aos trabalhadores, são muito significativos, mas não podia ser de outra forma, porque nunca é demais recordar que os portugueses estão a fazer um grande esforço coletivo para salvar a TAP e também estão a passar por dificuldades nas suas vidas e nos seus empregos”, afirmou Miguel Frasquilho.

O gestor disse ainda aos deputados que, e “ao contrário do que se viu publicado”, o plano de reestruturação “não fará da TAP uma TAPzinha”.

“É verdade que podemos reduzir a nossa frota para 88 aeronaves de passageiros, mas, ainda assim, será um número de aviões superior aos 75 que a TAP tinha em 2015, aquando da privatização”, recordou.

“De resto", salientou Frasquilho, "esta dimensão permite à TAP manter o seu modelo de conexão intercontinental, que liga Europa às Américas e a África e que nos vai permitir manter, e até mesmo reforçar, a missão das nossas operações em cidades como o Porto e Faro, através da TAP Express”.

Embora reconhecendo que “a missão de salvar e tornar sustentável a TAP numa situação de mercado tão adversa e tão incerta implicou apresentar um plano que é muito duro à Comissão Europeia”, Miguel Frasquilho salientou que houve “sempre a preocupação” que este fosse “prudente, resiliente e credível”.

“Queria deixar a nossa convicção de que, quando sairmos desta situação, a TAP conseguirá ser mais competitiva e sustentável e conseguirá alavancar as características geográficas do seu ‘hub, utilizando para tal, também, a força de uma frota renovada e ambientalmente mais sustentável”, disse.

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