12 mar, 2021 - 23:01 • Redação
A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) emitiu esta sexta-feira um alerta sobre a Blvck network, empresa de que é sócio o youtuber português Windoh.
O regulador adverte, em comunicado, que a empresa de Windoh, "detentora do site https://blvcknetwork.com/ e instagram https://www.instagram.com/blvck_network/, não está autorizada nem registada na CMVM para o exercício de qualquer atividade de intermediação financeira em Portugal”.
A CMVM esclarece o mercado que a Blvck network “não se encontra legalmente habilitada para realizar publicidade ou prospeção de clientes dirigidas à celebração de contratos de intermediação financeira”.
A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários aconselha os investidores a consultar a lista de intermediários financeiros autorizados em Portugal, que está disponível no site oficial da CMVM (consulte aqui) ou a lista de entidades habilitadas a prestar serviços financeiros em Portugal em regime de Livre Prestação de Serviços (LPS) (através deste link). A lista de analistas financeiros independentes pode ser consultada através do seguinte link.
Dono da Wevesting (antiga Global Youth Trading) pr(...)
Todas as pessoas e entidades que tiverem estabelecido qualquer relação comercial com a Blvck network "poderão contactar a CMVM através dos Contactos Gerais, por contacto telefónico 213177000 ou por e-mail para cmvm@cmvm.pt ou, ainda, através do Apoio ao Investidor, por contacto telefónico 800 205 339 (linha verde), ou por e-mail para cmvm@cmvm.pt", conclui o regulador.
Este e outros casos ganharam visibilidade mediática depois de uma petição, criada na semana passada, pedir que a Polícia Judiciária e o Supremo Tribunal de Justiça investiguem alegadas burlas por parte de youtubers portugueses.
Segundo os subscritores, os criadores de conteúdo criaram “esquemas ou pseudo-negócios altamente aliciantes”, que permitem um “enriquecimento desonesto destes burlões à custa de perdas enormes por parte das pessoas burladas”.
No centro destas queixas está uma recente “moda” está a venda de cursos de investimento em ações, criptomoedas, apostas desportivas, por centenas de euros.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) confirmou a abertura de um inquérito às alegadas burlas de youtubers portugueses, que promoveram cursos sobre criptomoedas, ações, apostas desportivas, entre outros.
João Barbosa assume ter cometido um "erro" ao não (...)
Nos últimos dias, têm sido divulgados vários casos de alegados esquemas fraudulentos promovidos por youtubers. Como o caso do serviço de consultoria de apostas desportivas de Numeiro, que o youtuber decidiu encerrar, ou o curso de criptomoedas vendido por Windoh a 400 euros, que entretanto prometeu disponibilizá-lo gratuitamente e devolver o dinheiro a quem o comprou.
A Renascença publicou esta sexta-feira um trabalho sobre outro dos visados na petição: o youtuber David Soares. DavidGYT, como é conhecido, apresenta-se como “especialista” no mercado Forex, um mercado de divisas estrangeiras, e é CEO da Wevesting, antiga Global Youth Trading (GYT). Nas últimas semanas, tem sido acusado de burlar jovens sem experiência no mercado financeiro, aliciando-os com promessas de enriquecimento rápido.
Em 2019, uma investigação da Renascença denunciou que dezenas de youtubers promoviam sites de casinos ilegais, um crime punível com uma pena até cinco anos de prisão ou pena de multa até 500 dias.
Esta quarta-feira, o Serviço de Regulação e Inspeção de Jogos (SRIJ) adiantou que já removeu, em colaboração com plataformas como o Youtube, “mais de uma centena de vídeos que efetuavam apelo ao jogo em sites de jogo ilegal”.
Este sábado, depois das 13h00, o programa Em Nome da Lei, da Renascença, debate os casos de alegados esquemas fraudulentos a envolver youtubers. São convidados a psicóloga Catarina Ribeiro, o procurador coordenador do gabinete de cibercrime da Procuradoria Geral da República Pedro Verdelho, Carlos Poiares, jurista ligado à psicologia forense e um dos autores da página “Analisador Traders”.