24 abr, 2021 - 13:01 • Vítor Mesquita , Sofia Freitas Moreira
O secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (SITAVA), José Sousa, acusa Pedro Nuno Santos de ser “um ministro sobretudo preocupado em gerir os custos políticos” de um despedimento coletivo de 500 trabalhadores da TAP.
Em declarações à Renascença, José Sousa diz que o ministro das Infraestruturas e Habitação quer mascarar o despedimento coletivo como “um ato voluntário por parte dos trabalhadores”, mas, diz, “isso não corresponde à realidade”.
“Se o trabalhador sair hoje, leva dois salários de bónus, mas se for para o despedimento coletivo, ele é despedido daqui a 75 dias, logo, tem dois meses e meio para receber. São os tais dois salários que a empresa oferece agora”, explica o secretário-geral do SITAVA.
José Sousa afirma que “não há nenhuma negociação aqui, não há nenhuma saída voluntária. É voluntaria à força. Ou sai com o acordo que lhe propõem, ou sai com o despedimento coletivo, que é igual”.
O ministro das Infraestruturas e Habitação, Pedro (...)
Na sexta-feira, Pedro Nuno Santos, recusou que houvesse "chantagem" sobre os trabalhadores da TAP para aceitarem as medidas voluntárias. José Sousa discorda e diz que a “chantagem é óbvia aqui”.
Segundo o ministro, numa entrevista à SIC, "o despedimento coletivo é uma necessidade que se enquadra no plano de reestruturação", salientando que "neste momento, há um conjunto de perto de 500 trabalhadores que estão identificados para o processo de despedimento coletivo, mas ainda há tempo para optarem pelas medidas voluntárias".
“Não é uma questão de chantagem, é que a empresa precisa desesperadamente de uma redução de efetivos e uma redução drástica de custos, porque teve uma travagem brusca da atividade", justificou.
Pedro Nuno Santos referiu ainda que, por outro lado, já foi enviada a 6.240 trabalhadores da TAP "uma carta de conforto dizendo que neste momento não está em causa a sua permanência da empresa".
Quanto ao apoio de 462 milhões de euros aprovado na sexta-feira pela Comissão Europeia para a TAP, o ministro disse que a companhia "precisa de caixa enquanto as negociações [para a aprovação do plano de reestruturação por Bruxelas] estão a decorrer".
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