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OCDE

Preço das casas em Portugal está 31% acima dos rendimentos

16 mai, 2021 - 09:01 • Redação

A capacidade de compra da classe média diminuiu e faltam incentivos ao arrendamento.

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Entre 2015 e 2020, os preços das casas cresceram 31% mais do que os salários. Portugal é o pior entre 34 países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) neste indicador.

Segundo o “Jornal de Notícias”, a capacidade de compra da classe média diminuiu e faltam incentivos ao arrendamento.

A notícia lembra que o “boom” turístico dos últimos anos levou a que classe média se afastasse dos grandes centros.

“É insustentável continuarmos a ter um parque habitacional inacessível para os trabalhadores dos centros das cidades. Os contingentes para o alojamento local (AL) devem impedir isso. Poder-se-ia criar um regime em que, de cinco em cinco anos, seriam sorteados proprietários com direito a explorar AL, mas esse direito seria rotativo”, sugere Ana Drago, investigadora no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra.

Quantos meses de salário são precisos para pagar ao banco 90% do imóvel? Um médico, por exemplo, precisa de 84 salários líquidos para pagar ao banco 90% do valor médio de 110 metros quadrados em Lisboa.

Já um assistente operacional, na função pública, precisa de 207 salários líquidos em Lisboa. Contudo, os peritos apontam para 30 ordenados como sendo o limite aconselhável.

Os preços das casas aumentaram 10% em 2002 face ao ano anterior. Os agravamentos chegaram aos 13% no Grande Porto e aos 12% na Grande Lisboa.

Mas é o Algarve que lidera o ranking, com uma subida de 49% acima da média nacional.

Para Ana Drago, “o acesso à habitação é muito desigual, mas a bonificação dos juros no crédito [extinto em 2002] para compra de casa permitia esse acesso igual”.

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