26 mai, 2021 - 12:02 • Susana Madureira Martins , Marta Grosso
António Costa pede urgência aos autarcas na apresentação das candidaturas ao Programa de Recuperação e Resiliência (PRR). Nesta quarta-feira, na inauguração da exposição Capital do Móvel em Lisboa, o primeiro-ministro ressalvou que a administração pública não poderá aplicar toda a “bazuca”.
“É altura de nos concentrarmos desde já no programa, de o estudar, de preparar as candidaturas, porque vamos ter muitíssimo pouco tempo para o poder executar”, apelou.
“Eu sei que têm ouvido dizer muitas vezes que é sobretudo a administração pública que vai ter de executar o Plano de Recuperação e Resiliência. Bom, espero que não acreditem nisso, que não fiquem parados, porque estas verbas que eu referi não são mesmo para serem utilizadas pela administração pública, não podem mesmo ser utilizadas pela administração pública – ou são utilizadas pelas empresas ou serão perdidas”, avisou António Costa no pavilhão Carlos Lopes.
“Portanto, é mesmo tempo de nos deixarmos do debate da ficção e nos concentrarmos na realidade e a realidade é que o Programa de Recuperação e Resiliência é um poderoso instrumento”, reforçou.
O mais provável é não haver outra oportunidade como a do PRR, um plano que o primeiro-ministro diz ser “uma espécie de trampolim” de investimento direto a 2026, altura em que termina a aplicação dos fundos.
“Esta é mesmo uma oportunidade única; é uma responsabilidade enorme que impele sobre todos nós e, portanto, temos mesmo a obrigação de, não só, voltar onde estávamos, não só recuperarmos o tempo perdido, mas irmos mais além do que teríamos ido se não tivéssemos agora esta oportunidade”, defendeu.
“É como se fosse uma espécie de trampolim para podermos dar um salto em frente e temos de utilizar este trampolim para podermos chegar a 2026 melhor do que estaríamos se não tivéssemos esta oportunidade”, insistiu.
Na abertura da exposição organizada pela Câmara de Paços de Ferreira em Lisboa esteve o presidente desse município, que há um ano foi especialmente afetado pela pandemia, com uma taxa de incidência acima da média do país e onde o primeiro-ministro se viu obrigado a deslocar no meio de uma chuva de críticas ao Governo por parte do autarca (que nesta quarta-feira se desfez em elogios a Costa).