11 jun, 2021 - 06:41 • Sandra Afonso
Mais de oito em cada 10 inquiridos pelo barómetro mensal da Associação Cristã de Empresários e Gestores (ACEGE) responde que a saída de Portugal do corredor verde das viagens aéreas é um prenúncio de que a retoma do turismo no verão está comprometida.
Apenas 18% dos inquiridos ainda acredita numa viragem, apesar das filas de britânicos no último fim-de-semana no aeroporto, para evitarem uma quarentena no regresso a casa.
Olhando para todas as variáveis - a progressão do processo de vacinação, as restrições nas deslocações e as medidas políticas -, mais de metade (52%) defende que nem o turismo recupera este verão nem a economia será animada a curto prazo pelo sector.
Também não será a "bazuca" a resolver os problemas destas empresas. Apenas 30% contam com fundos do Plano de Recuperação e Resiliência., enquanto sete em cada 10 dos empresários e gestores cristãos questionados admite que não vai candidatar a empresa ao apoio do PRR.
A esmagadora maioria, mais de 97%, defende que a empresa deve ajudar os trabalhadores em momentos de maiores dificuldades sócio-económicas. Uma grande percentagem, 44%, acredita que tem trabalhadores pobres na empresa, contra 56% que afasta essa possibilidade. Para oito em cada 10, as empresas têm responsabilidade de saber mais sobre a situação social e económica de quem empregam.
O barómetro de junho volta ainda a questionar os empresários sobre o teletrabalho. A grande maioria, 81%, receia que o Governo ceda aos partidos de esquerda na legislação laboral, de forma incomportável para as empresas.
Numa altura em que o executivo começa a levantar a obrigatoriedade do teletrabalho, cerca de 60% admite manter os funcionários neste modelo, mas uma percentagem idêntica, 64%, reconhece que os trabalhadores querem regressar às empresas.
Estas são as principais conclusões do barómetro de junho da ACEGE, enviado entre os dias 8 e 10 deste mês, a 1123 associados. Este é um trabalho da Netsonda, em parceria com a Renascença e o Jornal Económico.