06 jul, 2021 - 07:13 • Sandra Afonso
O Governo vai avançar, nesta terça-feira, com o Metrobus no Porto. O BRT (Bus Rapid Transit) vai circular entre a Rotunda da Boavista (Praça Mouzinho de Albuquerque) e a Praça do Império em quase quatro quilómetros, servidos por oito paragens.
À Renascença, o ministro do Ambiente explicou que o trajeto inclui a construção de uma rotunda, no cruzamento da Boavista com a Marechal Gomes da Costa, e a supressão de uma faixa de rodagem, “quer na Praça do Império quer na Rotunda da Boavista”, para “garantir que haja sempre prioridade à passagem deste autocarro”.
O concurso para a conceção e construção é lançado nesta terça-feira e, segundo João Matos Fernandes, o projeto está orçamentado em 66 milhões de euros, já tendo verba inscrita no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
Só para a obra estão previstos 45 milhões de euros. Os restantes 21 milhões destinam-se “à aquisição de oito novos autocarros, completamente silenciosos, bem desenhados, e o respetivo sistema de carregamento a hidrogénio, que não existe ainda em Portugal”, acrescenta o ministro.
João Matos Fernandes antecipa que esta será uma “empreitada rápida” e conta ter o Metrobus em funcionamento no final de 2023, com capacidade para transportar “4.400 pessoas por hora e por sentido”.
O ministro do Ambiente admite ainda que o modelo escolhido para este concurso “vai ser uma surpresa para o mercado – o ser de conceção/construção – pois não é comum isto ser feito no Metro do Porto”.
Matos Fernandes explica que é um projeto “simples” e que já está feito um “estudo prévio, muito detalhado, por isso, sentimos confiança para fazer desta forma”.
Por outro lado, “para andarmos mais depressa, numa obra que não tem estudo de impacto ambiental, esta é a melhor forma”, defende o governante.
Há uma exceção neste concurso. São três paragens na Avenida Marechal Gomes da Costa que já estão adjudicadas, o arquiteto Álvaro Siza Vieira aceitou integrar as estações no projeto.
O ministro do Ambiente justifica o convite direto com “o particular cuidado” que o Governo quer garantir nesta intervenção específica.
João Matos Fernandes assegura ainda que, nesta avenida, quase não será notada qualquer alteração. “Não vai ser deitada nem uma árvore abaixo; o separador central mantém-se incólume”. O governante admite mesmo que a mancha verde pode “estender-se”, porque alguns cortes deixam de fazer sentido.
É uma das prioridades do Plano de Recuperação e Resiliência e está em andamento: a mobilidade numa perspetiva de renovação sustentável das cidades.
O Governo já lançou o concurso para a nova ponte do metro para Gaia e conta ver propostas no próximo dia 16 de julho.
O ministro João Matos Fernandes confirma ainda que foram entregues 11 propostas para a segunda linha de Vila Nova de Gaia do Metro do Porto, entre a Casa da Música e Santo Ovídeo.