03 ago, 2021 - 09:40 • Marta Grosso , Paula Caeiro Varela
O Sindicato dos Trabalhadores do Têxtil da Beira Baixa pede urgência ao Governo para resolver a situação dos trabalhadores da Dielmar. A presidente, Marisa Tavares, recebe com agrado a intenção de salvaguardar os ativos da empresa, mas diz que é preciso agir depressa.
“Acho positiva” a ajuda do Governo, mas “não nos podemos deixar dormir”, avisa. “Se é verdade que querem fazer uma tentativa de salvaguarda e fazer todos os esforços de salvaguarda daquela empresa, têm de fazer pés ao caminho e tratar disto o mais rápido possível, porque no dia 18 é importante que a empresa continue a trabalhar”, sublinha, em declarações à Renascença nesta terça-feira.
Só assim se pode garantir os postos de trabalho de cerca de 300 pessoas, considera a sindicalista. “Não podemos é perder tempo, porque as trabalhadoras estão de férias até dia 17 e no dia 18 não deve haver paragem de laboração”.
Castelo Branco
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Marisa Tavares pede ainda explicações sobre os apoios do Estado à Dielmar – oito milhões de euros que o ministro da Economia admite que dificilmente recupera.
“Se colocaram lá dinheiro, têm de dizer o que é que fizeram para fiscalizar esse valor e explicar como é que esse valor foi entregue à empresa e para o que foi. Este é o primeiro ponto sobre o qual eu acho que o ministro deve explicação”, defende a sindicalista.
Na segunda-feira, o Governo admitiu que não faz sentido continuar a injetar dinheiro na empresa, “tal como está”. No entanto, o ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, afirmou que vai trabalhar com os credores para encontrar rapidamente um “novo destino” para a Dielmar, “em mãos mais capazes”.
Insolvência
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Os trabalhadores da Dielmar decidiram, no plenário de segunda-feira, fazer uma concentração na próxima segunda-feira, dia 9 de agosto, junto aos Paços do Concelho de Castelo Branco.
A ação tem início previsto para as 15h00, de acordo com a agência Lusa, que cita a sindicalista Marisa Tavares.
A empresa de vestuário tem sede em Alcains (Castelo Branco) e pediu a insolvência, depois de 56 anos de atividade e uma crise que não resistiu à crise criada pela pandemia de Covid-19.
Em causa está o emprego de mais de 300 pessoas.
O presidente da Câmara de Castelo Branco já considerou a insolvência da empresa “uma situação trágica para o concelho”.