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Trabalho. Escócia quer experimentar semana de quatro dias

01 set, 2021 - 09:40 • Marta Grosso

A ideia é manter o salário e promover maior empenho, produtividade e bem-estar. A iniciativa baseia-se nos casos da Nova Zelândia e da Islândia.

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A Escócia está a ponderar avançar com a experiência de quatro dias de trabalho sem perda de salário. A sugestão partiu de um “think tank” local, num relatório divulgado nesta quarta-feira sobre a “recuperação do trabalho justo, garantindo rendimento para todos”.

Depois de ano e meio a trabalhar em casa, são muitos os trabalhadores que oferecem resistência em voltar ao local de trabalho. Por outro lado, este tempo de pandemia permitiu às empresas implementar mudanças na organização do trabalho que, de outro modo, poderiam levar anos.

“A pandemia serviu para intensificar o interesse e o apoio a práticas de trabalho mais flexíveis, que poderiam incluir uma mudança para uma semana de trabalho de quatro dias”, afirmou o porta-voz do governo escocês.

Nesse sentido, foram lançadas as primeiras experiências deste projeto-piloto, que vai custar 10 milhões de libras (cerca de 11 milhões e 600 mil euros) e “ajudará as empresas a explorar os benefícios e custos de mudar para uma semana de trabalho de quatro dias”, adiantou.

“O projeto-piloto ajudar-nos-á a desenvolver uma melhor compreensão das implicações de uma mudança mais ampla para uma semana de trabalho mais curta em toda a economia”, acrescentou.

Segundo uma sondagem realizada pelo “think tank” IPPR Scotland, 80% dos escoceses acreditam que cortar o número de dias de trabalho – sem perda de salário – teria um “efeito positivo no seu bem-estar”. E 88% estariam dispostos a participar no projeto-piloto.

O inquérito (no qual participaram 2.203 pessoas com idade entre os 16 e os 65 anos) descobriu ainda que quase dois terços (65%) acreditam que uma semana de trabalho mais curta poderia aumentar a produtividade da Escócia.

“As evidências de hoje mostram que a política uma semana de quatro dias de trabalho conta com um apoio público esmagador e pode ser um passo positivo para a construção de uma economia programada para o bem-estar”, afirma Rachel Statham, investigadora sénior do IPPR Escócia, citada pelo jornal “The Scotsman”.

A especialista ressalva, por outro lado, que “qualquer transição bem sucedida após a Covid-19 deve incluir todos os locais de trabalho e todos os tipos de trabalho” e analisar como fazer com os trabalhadores por turno, “aqueles que trabalham horas excessivas para sobreviver e aqueles que atualmente têm menos horas do que gostariam de ter.”

Algumas das ideias incluídas no relatório agora conhecido tiveram como base a experiência da Islândia e da Nova Zelândia. A redução horária não tem de ser semanal e pode dirigir-se a grupos específicos.

Os investigadores realçam ainda que melhorar o bem-estar dos funcionários e, portanto, a sua produtividade requer que os 80% restantes das horas de trabalho sejam bem geridos.

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