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Novo recorde do preço da eletricidade. Aposta massiva na energia eólica foi “totalmente irresponsável”

08 set, 2021 - 17:21 • Pedro Mesquita , com redação

Antigo ministro Mira Amaral arrasa investimento feito nos últimos anos. O preço grossista da energia elétrica vai bater novo recorde no mercado ibérico, na quinta-feira.

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O preço da eletricidade no mercado ibérico Mibel volta a disparar para novo máximo histórico e, apesar do Governo dizer que Portugal dispõe de muitas almofadas para travar o aumento de preços ao consumidor, cresce a apreensão tanto para particulares como na indústria. O antigo ministro Mira Amaral considera que a culpa é do investimento massivo na energia eólica.

O preço grossista da energia elétrica vai bater novo recorde na quinta-feira, com cada megawatt/hora a ultrapassar em média os 141 euros no mercado ibérico de eletricidade.

Este aumento é justificado com uma nova contração da produção de energia eólica, que está a provocar um maior recurso às centrais térmicas.

O preço do gás natural nos mercados internacionais continua elevado, bem como o custo das licenças de emissão de dióxido de carbono, pressionando assim em alta o preço grossista da eletricidade, explica Mira Amaral, antigo ministro Indústria e Energia.

Em declarações à Renascença, o economista defende que o investimento massivo na energia eólica foi “totalmente irresponsável e incompetente” e, agora, os consumidores portugueses e os espanhóis “estão a pagar os custos desse desastre”.


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Investimento massivo em energia eólica foi "totalmente irresponsável"

“Importa explicar porque é que chegámos a esta situação. Portugal e Espanha investiram massivamente em energia eólica que não resolve o problema, porque nas horas de maior consumo há pouco vento, havendo pouco vento a capacidade instalada eólica é pouco utilizada e não produção de energia eólica suficiente para equilibrar a procura.”

Neste cenário, é preciso recorrer mais às centrais térmicas, mas o preço dessa energia também aumentou de 40/50 euros por megawatt/hora, há um ano, para “mais de 100 euros por megawatt/hora”, devido ao aumento do gás natural e dos custos de emissão de CO2, refere Mira Amaral.

O antigo ministro constata que o mal está feito e afasta uma descida generalizada do IVA da eletricidade, o há a fazer então é utilizar o aumento de receitas do CO2 para reduzir o preço da energia ao consumidor.

“O ministro da Economia não quer reduzir o IVA e a receita fiscal, porque está alinhado com o ministro das Finanças, mas o Governo teve um aumento muito grande das receitas de CO2 e outros países estão a utilizar esse aumento de receitas para reciclar o sistema elétrico para reduzir o preço ao consumidor. É isso que o Governo português pode e deve fazer, mas já vai tarde e a más horas”, apela Mira Amaral nestas declarações à Renascença.


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Nuno Ribeiro da Silva admite que redução do IVA na eletricidade seria um problema para o Orçamento

O presidente da ENDESA, Nuno Ribeiro da Silva, sustenta que o Governo não considera a redução generalizada do IVA da eletricidade, por razões orçamentais, embora fosse uma boa solução.

“Naturalmente, acho que sim, seja relativamente ao IVA ou a outros impostos e taxas que incidem sobre a eletricidade. Agora, há um constrangimento orçamento que é sem dúvida o primeiro, o segundo e o terceiro argumento que determinam essa indisponibilidade para considerar a baixa do IVA e dos outros impostos que incidem sobre a eletricidade”, afirma Nuno Ribeiro da Silva, para quem a medida não seria financeiramente viável para o Orçamento do Estado.

O presidente da ENDESA - Nuno Ribeiro da silva - em declarações esta tarde à RR...tal como Mira Amaral, com o antigo ministro da Industria e Energia a referir-se ao governo, em tom muito critico, também sobre o aumento do preço dos combustiveis, em particular do gasóleo.

Mira Amaral também critica o Governo sobre o aumento do preço dos combustíveis, em particular do gasóleo.

O antigo ministro sustenta que António Costa mantém a austeridade por via dos impostos indiretos e o que deveria fazer era reduzir o imposto sobre os produtos petrolíferos (ISP), “que é muito elevado”.

“António Costa continua a fazer austeridade através dos impostos indiretos ao consumo, nomeadamente o ISP. Neste momento, ele devia reduzir o ISP, fazer o movimento simétrico ao que fez quando entrou para o Governo e os preços do petróleo diminuíram muito, ele aumentou o ISP. Agora, devia reduzir o ISP. Foi o que ele prometeu, mas não está a cumprir”, atira Mira Amaral.

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  • Adriano
    02 out, 2021 Oeiras 10:53
    Sou Endesa com alguns amigos e não pretendo trocar. Aqui está o meu codigo amigo caso queira 1 euro de desconto para sempre na fatura: 309055695
  • Ricardo
    09 set, 2021 Lisboa 09:48
    Então as eólicas são as culpadas do preço alto, porque não estão a funcionar, e temos de gastar mais dinheiro em gas natural. Daqui se deduz que: a) Se as eólicas estivessem a funcionar o preço seria mais baixo. b) Sem eólicas em lugar de estarmos expostos periodicamente aos altos preços do gas natural, estariamos sempre expostos e os preços seriam sempre altos; c) O Eng. Mira Amaral nem sequer se dá conta das contradições do seu raciocinio ou discurso. Falta também explicar como é que em França, com alta incoporação de nuclear (tão defendido pelo Eng. Mira Amaral), os preços estão iguais aos do mercado ibérico, situação que se verifica aliás em toda a europa.
  • Ivo Pestana
    08 set, 2021 Madeira 18:32
    Claro que a energia, dita limpa, tem os seus custos. Material aro, limitado notempo, manutenção cara e o preço a pagar pelo consumidor pouco ou nada mexe. Para fazer esses materiais, metálicos, tecnológicos, baterias...fazemos poluição ou não? Para fazer um carro eléctrico as fábricas fazem poluição ou não? Muitas coisas escondem do povo. Por acaso sabem como reciclar uma eólica ou baterias dumauto eléctrico? Investiguem, por favor. Doonde vem o lítio? Como fica a paisagem e as populações circundantes? Não existem energias limpas, o que existem são energias alternativas. E muitos a enriquecer com as mesmas. E mais não digo.
  • Bruno
    08 set, 2021 aqui 17:29
    Mira Amaral é ministro do tempo da televisão a preto-e-branco. As suas ideias são da época em que se consumiam recursos naturais sem pensar na sustentabilidade e alterações climáticas. O que ele propõe é aumentar o recurso a combustíveis fósseis e reduzir o imposto sobre o consumo de combustíveis, uma perspectiva completamente desactualizada face à emergência climática que enfrentamos.
  • Filipe Oliveira
    08 set, 2021 Aveiro 17:21
    Então o preço da eletricidade aumentou porque o gás natural aumentou e a culpa é das eólicas?! As renováveis é que estão a "segurar" o preço da eletricidade, não é o gás natural, que vale cerca de 20% do mercado. Ainda por cima 100% do gás natural corresponde a importações, tal como os outros combustíveis de origem fóssil. A única maneira de Portugal ser competitivo é tronar-se energeticamente independente e isso passa pela eletrificação total com renováveis. Que raio está a fazer o senhor no Fórum para a Competitividade?! Acha que o futuro passa pelos combustíveis fósseis? Está bem que trabalhou para a Repsol, mas está na altura de fazer o desmame a esta forma de energia. Cumprimentos a todos.

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